Marisa Serrano elogia acordos feitos na América do Sul




A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse no Plenário nesta quarta-feira (11) que o novo presidente da Colômbia, Juan Manoel Santos, optou claramente pela via democrática ao se reunir nesta terça-feira (10) com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para arrefecer a crise entre os dois países. O encontro resultou no restabelecimento das relações diplomáticas e comerciais. Marisa disse que Chávez se comprometeu a impedir que a guerrilha se torne endêmica na América do Sul.

- Quando o presidente Lula disse que a questão entre Colômbia e Venezuela era pessoal entre os dois presidentes, isso não era verdade. Porque a guerrilha institucionalizada num país latino americano fatalmente se espalhará para outros países. Se levarmos em conta que temos fronteira com os dois, é natural que também preocupe o Brasil - alertou.

Outro ponto abordado pela senadora foi a relação do Equador com a Colômbia. Marisa relatou que Manoel Santos convidou o presidente equatoriano, Rafael Corrêa, para sua solenidade de posse (ocorrida no sábado, 7) e foi atendido. Para a senadora, essa foi outra demonstração de tranquilidade num momento em que é preciso fortalecer a harmonia entre os países latino-americanos.

Mercosul

No mesmo pronunciamento, Marisa comentou a 29ª Reunião do Conselho do Mercosul, ocorrida nos dias 2 e 3 de agosto, em San Juan, na Argentina. Ela disse que, após mais de seis anos de discussão, foram aprovados a eliminação da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum, o Código Aduaneiro do Mercosul e a distribuição da renda aduaneira. Segundo ela, essas medidas entrarão em vigor em 2010, 2014 e 2019 para tornar o comércio entre os países do Mercosul mais tranquilo e mais célere.

Apesar desses avanços, a senadora destacou o impasse em razão de o Paraguai ser o único dos quatro países do Mercosul sem acesso ao mar e, portanto, desprovido de porto marítimo.

- [O Paraguai] precisa das tarifas aduaneiras. Então, foi necessário que se organizasse um fundo para distribuição da renda aduaneira tratando de como vai ser distribuída essa renda para que o Paraguai também participe dela, já que os produtos chegam ao país - relatou.

Livre Comércio

A senadora comunicou a aprovação do Acordo de Livre Comércio do Mercosul com o Egito, segundo acordo desse tipo assinado pelo bloco (o primeiro foi celebrado com Israel). Os próximos deverão ser também com países do Oriente e outros com nações africanas.

Ainda sobre o encontro em San Juan, Marisa Serrano anunciou a Declaração Conjunta do Mercosul sobre o Aquífero Guarani, para a conservação e o aproveitamento sustentável dos recursos hídricos transfronteiriços, e a aprovação de nove projetos no valor de 800 milhões de dólares.

Apartes

O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) disse, em aparte, que acompanhou o segundo turno da eleição presidencial na Colômbia e viu semelhanças com a eleição no Brasil. Ele assinalou que nos dois países os presidentes passam por período de alta popularidade e apóiam seus candidatos, mantendo as diferenças ideológicas bem definidas.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse ser bom para o Brasil que o seu presidente tenha destaque internacional, mas criticou Lula por supostamente adotar viés partidário e assumir uma posição que considera errada no apoio a Hugo Chávez em relação às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) destacou o esforço da senadora Marisa Serrano no Mercosul em favor da suspensão da pena de morte da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani. Ele também elogiou Hugo Chávez pelo apelo feito às Farc para estabelecer a paz na Colômbia. O senador João Faustino (PSDB-RN) salientou a importância do Parlamento do Mercosul (Parlasul) na consolidação da democracia na América do Sul.



11/08/2010

Agência Senado


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