PSOL quer que novas denúncias contra Renan integrem processos já existentes



O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) vai pedir o aditamento das novas denúncias contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, publicadas pelas revistas Veja e Época desta semana, aos processos que o parlamentar já enfrenta no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar por quebra de decoro. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (4)pelo líder do PSOL no Senado, José Nery (PA), ao explicar que optou por esse caminho para evitar que, ao protocolar uma quarta representação contra Renan no Conselho de Ética, a imagem do Senado se desgaste ainda mais.

- Se o aditamento não for aceito pelo Conselho de Ética, vamos ser obrigados a fazer uma quarta representação para apurar esses fatos tão graves quanto os outros - afirmou José Nery, que acabava de sair de uma reunião com os demais parlamentares do partido.

Segundo Veja, Renan é sócio do lobista Luiz Carlos Garcia Coelho num esquema de desvio de recursos públicos, em que estaria envolvido também o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), na época em que ocupava o cargo de ministro da Previdência e Assistência Social (MPAS). O esquema foi denunciado pelo advogado Bruno Brito Lins, que foi casado com Flávia Garcia Coelho, filha de Luiz Carlos e funcionária do gabinete de Renan.

Ainda segundo a matéria da revista, Bruno afirmou à polícia, em depoimento prestado em setembro de 2006, que o presidente do Senado teria negociado com um grupo de aliados do PMDB uma maneira de beneficiar o banco BMG com vários privilégios, entre eles o serviço de concessão de crédito consignado para os aposentados da Previdência. Em troca, o grupo era compensado com o pagamento de propinas.

Em entrevista à imprensa logo após a reunião, o líder do PSOL disse ainda que na próxima quinta (6), pela manhã, vai buscar informações sobre o andamento das investigações que as Polícias Civil e Federal estão conduzindo a respeito do caso. Somente após se inteirar da situação, o PSOL resolverá se entrará ou não com uma representação para que o Conselho de Ética investigue também o senador Romero Jucá.

- As denúncias publicadas pela revista contra Renan são bastante concretas, com datas, nomes e relatos, mas contra o Jucá não há nenhuma prova, a não ser a de que ele era o ministro da Previdência na época - explicou José Nery, para quem é preciso apurar o real envolvimento do senador por Roraima.

Corregedoria

Já o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), disse que é preciso ouvir com urgência o advogado Bruno Brito Lins para esclarecer os fatos. Tuma afirmou à imprensa que ainda nesta terça-feira (4) pretende procurar o recém-empossado diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa,para obter informações mais detalhadas sobre as investigações que já estão sendo conduzidas sobre o BMG.

- Tive informações de que a polícia não está encontrando o Bruno. A minha idéia é de que, assim que ele for encontrado,eu seja autorizado a participar do depoimento e leve a minha assessoria para fazer anotações - explicou Romeu Tuma, que já foi diretor-geral da Polícia Federal.

O corregedor disse ainda que já foi procurado por Romero Jucá,o qual se colocou à disposição para prestar informações e entregar, por escrito, todos os documentos em seu poder sobre a liberação de recursos do ministério à época em que era o titular da pasta.

04/09/2007

Agência Senado


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