MARLUCE DEFENDE ADOÇÃO DE NOVA POLÍTICA INDIGENISTA



Ao registrar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a atuação da Funai, criada na Câmara dos Deputados, a senadora Marluce Pinto (PMDB-RR) defendeu, nesta sexta-feira (dia 3), a adoção de uma nova política indigenista no país.Marluce Pinto participou ao plenário que os membros da CPI visitarão a fronteira norte de Roraima nos próximos dias 10, 11 e 12, percorrendo aldeias indígenas e realizando audiências públicas na Assembléia Legislativa do estado. Ela disse acreditar que o trabalho da comissão pode resultar em políticas que realmente protejam os índios, apontando aos governantes novos caminhos para uma convivência pacífica entre as comunidades indígenas e seus irmãos caboclos, mestiços, mulatos e brancos. - A atual política se volta, unicamente, de forma quase insana e inexplicável, para a demarcação de áreas indígenas - afirmou.Segundo Marluce Pinto, as reservas já se espalham por 12% do Acre, 22% do Amazonas, 8% do Amapá, 20% do Pará, quase 18% de Rondônia, mais de 7% do Tocantins e 57,27% de Roraima. Segundo dados da Funai citados pela senadora, a população indígena é de 326 mil pessoas, das quais 144 mil estão na Amazônia.Diante de tais informações, Marluce perguntou se "realmente há necessidade de tanta terra para tão poucos". - Parecem existir sérios interesses para a manutenção do imenso vazio demográfico em nossa Amazônia. Cada dia entendo menos as razões, mas afirmo que cheira muito mal o odor que emana desse interesses.A senadora por Roraima defendeu uma política de valorização da cidadania indígena. - Além da permanente preocupação de impedir agressões ao meio ambiente, é preciso cuidar de sua sobrevivência, preservando seus costumes mas também garantindo seu acesso aos bens e serviços públicos básicos para uma existência com dignidade.Ao finalizar seu pronunciamento, Marluce manifestou sua satisfação diante da decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso de dar continuidade ao projeto Calha Norte. - Além da missão estratégica de defender as fronteiras norte do país, os militares do projeto prestam uma assistência médica e até humana aos indígenas - disse a senadora, que defendeu o projeto durante a Constituinte e foi autora do requerimento que, em 1993, criou uma comissão mista destinada a reavaliar o Calha Norte, da qual foi presidente e relatora.

03/09/1999

Agência Senado


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