Marluce repudia política indigenista da Funai



Ao destacar o Dia do Índio, a senadora Marluce Pinto (PMDB-RR) repudiou nesta quinta-feira (dia 19) a política indigenista adotada pela Funai, voltada, segundo ela, quase que exclusivamente para a demarcação de terras. Para a senadora, a data deve servir como motivo de reflexão profunda sobre uma política mais adequada, que permita aos índios a garantia do pleno exercício da cidadania, do respeito ao seu habitat natural, valores morais, costumes e cultura.

Na opinião de Marluce, as demarcações têm sido feitas sem critérios justificáveis. Atualmente, continuou, há 563 reservas indígenas demarcadas, totalizando aproximadamente 98 milhões de hectares, equivalentes a 11,34% do território nacional. Além dessas, 34 estão em processo de demarcação e outras 62 em estudos para futura demarcação, acrescentou. Das 34 reservas com demarcação em andamento, alertou a senadora, 17 estão sob a custódia do Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal, órgão financiado pelo G-7, que reúne os sete países mais desenvolvidos.

Ainda segundo Marluce, os estados do Amazonas, Pará e Roraima abrigam mais de 50% do total de silvícolas existentes no país. "O Amazonas com 89 mil índios, o Pará, 45 mil, e Roraima, 37 mil", disse, observando que os mesmos três estados disponibilizam 70% do total de hectares destinados aos índios em todo o território, correspondentes a 70 milhões de hectares.

O senador Mauro Miranda (PMDB-GO), na presidência da sessão, disse que a Mesa do Senado se associava à homenagem feita pela senadora ao Dia do Índio e que a instituição estava comprometida na luta de tornar mais justa a convivência entre índios e não índios. Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou sobre a manifestação ocorrida em Brasília em homenagem ao índio Pataxó Galdino, queimado vivo há quatro anos por adolescentes.

19/04/2001

Agência Senado


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