Mauro Miranda defende manutenção da CLT e critica "operação de guerra" na Câmara
O parlamentar refutou as alegações do presidente Fernando Henrique Cardoso de que o projeto não revoga a CLT, mas apenas flexibiliza sua aplicação, a partir da livre negociação entre patrões e empregados. Mauro Miranda apontou para a fragilidade dos sindicatos de trabalhadores diante do poder patronal e para a atual conjuntura de desemprego, que não deixa alternativa para o lado mais fraco.
O senador afirmou ainda que a ampliação dos direitos trabalhistas sempre favoreceu o mercado interno e a prosperidade das empresas. Ele salientou que a culpa pelas agruras socioeconômicas do país não pode ser buscada na CLT. E criticou o Estado brasileiro pelo que chamou de "fúria fiscalista", com a imposição de uma excessiva carga tributária - da ordem de 34% do PIB - sobre a sociedade.
- Para piorar a situação, nossa tributação não é progressiva, e sim regressiva: quem ganha menos paga mais imposto. O ICMS sobre a cesta básica rouba mais de 10% do poder aquisitivo do trabalhador que recebe salário mínimo - disse.
Para Mauro Miranda, o presidente Fernando Henrique, que agora prejudica o trabalhador, deveria ter liderado, desde o início de seu governo, um projeto amplo e corajoso de reforma tributária. Fernando Henrique Cardoso não o teria feito, em sua avaliação, para não obrigar a equipe econômica a romper a "camisa-de-força" fiscal que é imposta pelo Fundo Monetário Internacional e pelo grande capital especulativo.
29/11/2001
Agência Senado
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