Mauro Miranda quer desindexação da dívida rural



Os índices aplicados às dívidas dos produtores rurais são responsáveis pelas dificuldades atravessadas pelo setor, afirmou nesta quarta-feira (27) o senador Mauro Miranda (PMDB-GO). Desde 1994, os financiamentos ficaram 198,54% mais caros, ao passo que a média de preços dos produtos agrícolas aumentou 85,45%. A partir de 2000, os empréstimos passaram a ser reajustados por taxas fixas que variam de 5%, para os produtores familiares, a 16%, para os grandes produtores. A questão, de acordo com o senador, é que não foi resolvido o problema do estoque da dívida, que teria sofrido um reajuste excessivo pelos índices aplicados nos últimos 12 anos.

- O presidente vetou o bônus de adimplência sobre o pagamento das parcelas, cuja finalidade era justamente eliminar o endividamento excessivo ocorrido com a variação dos índices, que ocasionaram um crescimento absurdo das dívidas, tornando-as praticamente impagáveis - explicou o senador.

Mauro Miranda disse que tem havido uma redução constante dos investimentos governamentais no setor agrícola. Em 1975, informou o senador, o total injetado na atividade somava US$ 17,5 bilhões. Em 1994, os recursos atingiram US$ 9,9 bilhões e em 2000 somaram US$ 7,5 bilhões. "Foi uma diminuição inexplicável e inaceitável", criticou.

Além disso, a política de financiamentos deveria, na opinião do senador, levar em consideração variáveis que interferem diretamente nos resultados da atividade agrícola, como a falta ou o excesso de chuvas e pragas. O refinanciamento das dívidas já existente e a revisão da política de financiamentos dariam ao país plena capacidade de alcançar safras maiores do que a anunciada para este ano - 100,5 milhões de toneladas de grãos -, que por sinal representa um aumento de 2,3% em relação ao ano anterior.

- É necessário um refinanciamento em condições que permitam aos agricultores honrar seus compromissos financeiros e continuar produzindo, para o engrandecimento econômico da nação e a diminuição da fome - disse o senador.



27/02/2002

Agência Senado


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