MAURO QUER QUE SEGURANÇA PÚBLICA SEJA PRIORIDADE Nº 1



A sociedade de modo geral e particularmente o poder público têm "o dever de colocar a segurança pública como tema nº 1 numa agenda prioritária de preocupações para este final de século", afirmou nesta quarta-feira (dia 16) o senador Mauro Miranda (PMDB-GO). Para ele, já foram atingidos os limites máximos de tolerância frente ao crescendo da violência e da criminalidade. Segundo o senador, o projeto de lei do Executivo que proíbe a venda de armas de fogo e de munições é importante primeiro passo, que merece o apoio do Congresso, mas exige outras ações.Mauro Miranda sugeriu que seu partido, o PMDB, assuma o combate à violência urbana como um dos seus principais compromissos com a sociedade. Ele também recomendou que o Senado, através da Comissão de Assuntos Sociais, seja o foro de debates entre autoridades, especialistas e estudiosos, "em busca de saídas que possam produzir novas leis ou iniciativas em parceria com o Executivo".O problema da violência urbana é complexo e, no Brasil, já configura um clima de guerra civil, a exigir das autoridades o enfrentamento de suas causas, afirmou o senador. Entre as muitas razões que explicam o fato de, nos últimos 18 anos, o número de homicídios ter aumentado de 15 para 50 em cada grupo de 100 mil habitantes e haver cerca de 6 milhões de armas de fogo em poder da população civil, Mauro Miranda apontou o quadro de exclusão social e o gerenciamento inadequado do sistema carcerário. Os desequilíbrios regionais, por exacerbarem a urbanização e suas mazelas, a influência negativa de leis e códigos desatualizados, o despreparo e a corrupção policiais, a lentidão da Justiça e o tráfico e consumo de drogas também seriam fonte de violência, conforme disse o senador.Mauro Miranda registrou o envio, ao deputado Paulo Lustosa, da Fundação Pedroso Horta, de inúmeras sugestões para tratar das questões de segurança pública. Entre elas, salientou a instituição de um concurso nacional para premiar os municípios que adotem os melhores programas de combate à violência e que cheguem aos melhores resultados.Em aparte, o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) atribuiu à "péssima distribuição de renda desse país" e à falta de programas sociais o aumento da violência, que chegou até mesmo às salas de aula das escolas, mencionando ainda o fato de 50 mil crianças viverem de lixo, conforme dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

16/06/1999

Agência Senado


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