Meira diz que proibir a pesquisa é censurar a democracia









Meira diz que proibir a pesquisa é censurar a democracia
Ele é enfático. O diretor-presidente da Vox Populi, João Francisco Meira, condena os críticos das pesquisas de intenção de voto. Segundo ele, somente políticos autoritários querem proibir a divulgação dos levantamentos porque pretendem garantir, para si, o monopólio da informação. Em entrevista por telefone, de Belo Horizonte, Meira analisa as tendências das eleições nacional e regional.

Conforme sua análise, metade do eleitorado ainda não tem o voto consolidado. E acrescentou: os comerciais de 20 segundos dos candidatos na televisão são muito mais importantes para a definição do voto do que a propaganda eleitoral gratuita. No Rio Grande do Sul, Meira prevê a polarização entre Tarso Genro (PT) e Antônio Britto (PPS). E disse que, na eleição nacional, o quadro ainda pode mudar muito, já que há quatro candidatos com visibilidade.

Jornal do Comércio - O tempo para a alternância nos índices das pesquisas já passou ou vai acontecer, ainda, muito sobe e desce até o pleito de 6 de outubro?

João Francisco Meira
- Medimos, agora, os efeitos de ações de campanha. Assim, a intenção de voto pode variar dependendo da maneira pela qual se desenvolvem as campanhas. Nós já vimos eleições em que um candidato sai com um determinado número e chega exatamente com este mesmo número no final. Já vimos candidatos que saem com uma intenção de voto alta e, à medida que a campanha se desenvolve, eles vão caindo. Já vimos também o contrário, de gente que começa embaixo e pode subir ao longo da campanha. Isso tem dois motivos. Por um lado, a expectativa do eleitorado que, quando vai eleger alguém, sempre considera o governo que existe e o que ele gostaria que houvesse. Depois, vai comparar essa expectativa ideal com o governo real e com as opções que oferecem a ele. É um processo de informação e de escolha que, naturalmente, pode estar sujeito a impactos informativos.

JC - Com sua experiência em pesquisas, entende que a exposição do candidato no período do programa gratuito do rádio e televisão é o momento em que os eleitores definem suas escolhas?

Meira
- Uma parte grande do eleitorado, cerca da metade, toma a decisão antes de começar o programa eleitoral gratuito. Na verdade, o que mais impacta o eleitor não é exatamente o programa gratuito, aquele blocão de meia hora. O que mais impacta o eleitor são os comerciais de 30 segundos, que são veiculados durante a programação normal. Eles têm uma linguagem e uma dispersão que é idêntica a da publicidade. Ou seja, pegam o eleitor. No caso do programa gratuito, o eleitor precisa tomar a decisão de sentar na cadeira para assistir. O comercial não. Ele está olhando a programação normal e fica exposto de uma forma mais natural à comunicação política. Isso faz uma grande diferença. Quem assiste ao programa eleitoral gratuito, em geral, está num processo avançado de escolha do candidato e vai assistir só para referendar uma decisão que já está prestes a tomar. Mas ele começa a fazer essa escolha a partir do comercial, que é muito mais importante do que o programa de 20 minutos.

JC - Há muitas críticas em relação às pesquisas, porque elas influenciariam o voto do eleitor e, conseqüentemente, o resultado do pleito. Isso procede?

Meira
- O problema que alguns têm em relação à pesquisa é que ela garante ao eleitor uma imagem ampliada de como o conjunto do eleitorado está pensando naquele momento. Ou você tem uma atitude democrática em relação à pesquisa, porque acha que o eleitor bem informado escolhe melhor, ou você tem uma atitude autoritária, em que você acredita que a informação só serve para o operador político. Essa é uma disputa pelo controle da informação. Quem tem uma mente autoritária quer controlar a informação para si. Não quer proibir a pesquisa, quer proibir a publicação, ou seja, impedir que a população saiba aquilo que ele sabe. A pesquisa certamente faz parte do processo de tomada de decisão do eleitor, mas é totalmente legítima. Quanto mais transparente for o processo, melhor vai ser a escolha dele. A questão não é se a pesquisa é parte ou não do processo. A questão é quem pode e quem não pode ter acesso a essa informação. Também não é pelo fato de que uma pesquisa é feita por encomenda de A ou de B que ela vai deixar de ser boa. Os bons institutos de pesquisa são bons exatamente porque têm credibilidade, que advém do fato de conseguirem descrever de maneira correta como é que o processo está se desenrolando.

JC - Acredita que o eleitor mais despreparado acaba votando no candidato que está na frente?

Meira
Não necessariamente. Em São Paulo, por exemplo, nas eleições para governador, em 1998, teve muita gente que deixou de votar em um candidato para escolher um terceiro. Exatamente para evitar que o que tivesse em primeiro lugar ganhasse a eleição, que é o caso do Maluf. Você não vota em alguém porque ele vai ganhar. Às vezes, você vota em alguém para impedir que outro ganhe. Mas essa é uma decisão de racionalidade política, de todo mundo, não só das pessoas mais politizadas. É como na Copa do Mundo. No final, todos viramos técnicos de futebol. Política é um assunto especializado até um determinado ponto.

Quando vai envolver todo mundo, por ser uma decisão coletiva, e na medida em que as eleições se aproximam, as pessoas ficam mais atentas e se tornam qualificadas e informadas para tomar suas decisões. Proibir pesquisa equivale a uma censura à imprensa. Se achamos que é bom fazer democracia com imprensa censurada, é bom fazer democracia com pesquisa censurada. Se pensamos que não, esse tipo de posição não tem cabimento. Aqueles que costumam sugerir isso, normalmente querem fazer crer que são mais competitivos do que de fato são. Todos os candidatos que têm menos densidade política e competitividade, em vez de fazerem uma auto-crítica, em geral atiram no instrumento que mede a competitividade deles.

JC - Na última eleição para governador no Rio Grande do Sul, todas as pesquisas davam a vitória a Antônio Britto e acabou ganhando Olívio Dutra. Como analisa essa situação?

Meira
- Isso não é verdade. Todas as pesquisas, ao longo da eleição, foram descrevendo com muita clareza a aproximação dos dois. A vitória no Rio Grande do Sul ocorreu por 80 mil votos. Se considerarmos que o Estado tem oito milhões de votos, isso corresponde a um percentual muito pequeno do eleitorado. Não há pesquisa com essa margem de erro. E há sempre uma margem de erro, que todas as pesquisas sérias explicitam. Então, se há dois candidatos cuja diferença não é maior do que a margem de erro, não se pode dizer quem está na frente.

JC - Como é feita a amostragem para a pesquisa?

Meira
A amostra é baseada em características do eleitorado. Primeiro, determinamos o número de municípios que serão pesquisados. Depois, apontamos as cidades obrigatórias, que não podem ficar de fora por serem grandes demais, como Caxias do Sul e Porto Alegre. Sorteamos as cidades menores dentro de suas regiões.

Temos, assim, uma amostra representativa da região. Há informações e mapas do IBGE que permitem subdividir os municípios. Após, é feito outro sorteio para escolher as subdivisões, definir os quarteirões e, em seguida, os domicílios. No domicílio, aplicamos uma cota que corresponde às características demográficas que o IBGE sabe: sexo, idade, grau de escolaridade, renda. Essa é uma maneira de fazer, mas há outras, aplicadas por outros institutos, que são igualmente boas. Dentro da margem de erro, não há muita diferença entre as pesquisas do ponto de vista técnico.

JC - Ainda haverá muitas modificações de posições entre os quatro principais disputantes da Presidência da República : Lula, Serra, Ciro e Garotinho?

Meira
- No primeiro semestre, ficou parecendo que ia haver uma polarização entre Lula e Serra, porque estavam desconsiderando a oportunidade de comunicação que o Ciro teria em junho. Mas todos os quatro conseguiram se manter à tona, já que começaram a campanha propriamente dita com dois dígitos. Ter acima de 10% das intenções de votos garante a eles visibilidade, competitividade e condições de continuar no páreo. Metade do eleitorado vai tomar a decisão daqui para frente. Há ainda muito espaço, eleitor e segmento. Por isso, pode haver mudanças importantes no cenário.

JC - A participação nos debates é um item importante para o crescimento ou a queda dos candidatos nas pesquisas?

Meira
- Os debates são muito importantes porque são as únicas oportunidades que o eleitor têm de ver um diálogo direto entre os candidatos. Este é o lado bom. O lado ruim é que os debates são muito chatos e, geralmente, são muitos candidatos. No Rio Grande do Sul, ficou muito difícil com 13 candidatos. A proibição de fazer debates com quem é representativo é uma aberração da legislação brasileira. No caso das eleições nacionais, o número de candidaturas é menor, o que possibilita uma melhor organização. Debate com muitos candidatos vira um bate-boca intolerável. E o segundo turno é muito curto; conseqüentemente, os debates são muito poucos.

JC - Qual a importância dos comícios, palestras, carreatas e caminhadas para a definição do voto?

Meira
- Ajudam a animar os militantes, mas têm um efeito simbólico. Chamam a atenção no nível local, despertando o eleitor e aumentando seu grau de interesse. Só que, hoje em dia, com essas eleições massivas, de milhões de eleitores e estados com muitos municípios, a única maneira de o candidato chegar em toda a parte é através dos meios de comunicação. Comícios, carreatas e passeatas são mais geradores de oportunidades de fotografia.

JC - As disputas pelos governos estaduais podem ter reflexo na campanha dos candidatos à presidência?

Meira
- O eleitor separa essas coisas. É evidente que existem eleitores que votam vinculado, mas há muitos mais que não. Influi em parte, mas é menos importante. E vice-versa também. Quer dizer, a eleição nacional não costuma exercer grande influência sobre a eleição local.

JC - Como a Vox Populi avalia a atual situação na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul? Há polarização entre os candidatos Tarso Genro (PT) e Antônio Britto, da aliança Rio Grande em 1º Lugar?

Meira
Nesse momento sim. Os dois juntos têm quase 70% das intenções de voto estimuladas. Mas, nas intenções de voto espontâneas, isso não está consolidado. O Rio Grande do Sul é um estado com tradição bipolar.

Todo mundo tem lado. Essa polarização, do ponto de vista cultural gaúcho, é mais natural do que uma multipolarização. A eleição tende a caminhar para a polarização, mas isso não está pré-determinado. É uma tendência que pode se confirmar.


Parques da Capital ficam lotados em domingo de sol
Porto-alegrenses de todas as idades aproveitaram o domingo ensolarado para se divertir nos parques, especialmente no Farroupilha, durante todo o dia. Shows musicais, teatro de marionetes, rodas de capoeira e palhaços ajudaram a alegrar o dia de quem esteve na Redenção.

Os vendedores ambulantes comemoraram a quantidade de pessoas nas ruas. Georgina Duarte, de 47 anos, há duas décadas trabalhando na Redenção, há algum tempo não presenciava tanta movimentação. "Está muito bom, até já estou sem mercadoria", declarou a vendedora de refrigerantes. "Desde maio que não via um público assim", completou. A vendedora de cataventos Ciça Mendonça também realizou bons negócios. "O bom tempo garante melhores vendas", comentou.

O início efetivo da campanha eleitoral colaborou para o aumento de público, que realizou manifestações de propaganda nas ruas. Bancas de partidos políticos foram instaladas ao longo do parque.

O porto-alegrense Glauber Ferreira, de 32 anos, levou seu filho Bruno, de um ano e quatro meses, para se divertir no parque. O militar da reserva Antônio Dias, de 68 anos, comemorou o domingo de sol. "Quando não estamos dentro do apartamento, estamos dentro de uma sala trabalhando. Hoje, aqui, aproveitei até para dançar uma quadrilha."

O movimento na região foi tanto que até as tranqüilas ruas da Cidade Baixa apresentaram trânsito intenso desde a manhã. O rua Lopo Gonçalves esteve congestionada de carros, principalmente com motoristas que se dirigiam para o parque Farroupilha, vindos da Zona Sul da Capital. A avenida João Pessoa também apresentou engarrafamento durante a tarde.

Temperaturas amenas contradizem previsões
Ao contrário da previsão de frio feita pela meteorologia, o final de semana foi de temperaturas amenas em Porto Alegre. Ontem, a máxima foi de 19,2 graus, às 15h, e a mínima de 7,6 graus às 7h. A Rede de Climatologia Urbana de São Leopoldo e o 8º Distrito de Meteorologia afirmam que hoje deverá haver elevação da temperatura. Na terça-feira o frio retornará ao Estado.

No Interior, a mínima de domingo foi registrada pela madrugada em Bom Jesus, com 1,1 grau.

Segundo a Rede de Climatologia Urbana, no domingo o sol predominou porque houve uma diminuição da massa de ar seco. Mas a ausência de nuvens e o frio da madrugada favoreceram a formação de geadas isoladas no Rio Grande do Sul. "A tendência é que as madrugadas sejam frias no Estado", disse Eugênio Hackbart, da Rede de Climatologia.

Para hoje, durante o dia, o sol e os ventos que sopram do Norte e Nordeste favorecem uma elevação rápida da temperatura. Conforme Hackbart, para amanhã, está prevista a chegada de uma nova frente fria da Argentina, o que deverá mudar o tempo, com aumento de nebulosidade, chuvas fracas e queda na temperatura.


Praças e parques já têm 4 mil conselheiros
Eles servem como verdadeiros guardiães do meio ambiente, fiscalizando, criticando e auxiliando com idéias para melhorar os parques e praças da Capital. Os conselheiros, escolhidos pela própria comunidade, dedicam horas semanalmente ou mensalmente para discutir assuntos sobre as áreas verdes dos bairros em que moram.

Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, Gerson Almeida, a Capital possui 380 conselhos, de parques, praças e até mesmo canteiros - o que significa cerca de 75% do total de 500 áreas reservadas para praças. Mais de 4 mil pessoas estão envolvidas no projeto. Dos 11 parques, 8 têm conselheiros.

O Município começou a formar os grupos de moradores há um ano e meio, através dos mutirões de recuperação que ocorrem nas praças cada 15 dias. "Eles viabilizam soluções e melhorias para o meio ambiente", declara Almeida. Os moradores interessados podem requisitar um mutirão para a sua praça, entrando em contato com a Smam. Neste caso, representantes de várias secretarias vão ao local para recuperar a área.

O primeiro parque a instituir conselheiros foi o Farroupilha, que tem cinco integrantes. "Costumamos dizer que a Redenção é o quintal da nossa casa", brinca o administrador de empresas e conselheiro Valfrei José Machado. Entre as melhorias conquistadas por eles, estão a limpeza de monumentos - como o Expedicionário - e a construção de dois banheiros, que deve começar em dois meses. Machado diz que a segurança é um dos temas mais debatidos nas reuniões, na segunda quinta-feira de cada mês.

A Praça do Povo Palestino, bairro Protásio Alves, era um depósito de lixo até outubro de 2001, quando foi criado o conselho com 20 moradores. Hoje a praça é novamente utilizada: as canchas estão sendo restauradas e será construída uma pista de caminhada. "Buscamos verbas com a prefeitura e com os moradores", afirma a arquiteta Cleusa Telles, conselheira da praça.

Falta atividade comunitária no Parcão
Um dos parques que ainda não têm conselheiros populares é o Moinhos de Vento. Segundo a direção do local, falta participação e interação da comunidade nos projetos do Parcão. "Gostaríamos muito que a população participasse mais ativamente das decisões", diz a administradora Gisalma Puggina.

A falta de tempo, segundo ela, é a principal desculpa dada pelos freqüentadores. "No final, fica todo mundo esperando alguém tomar iniciativa", diz. O Parcão já teve um grupo de conselheiros há 10 anos. "O respaldo da comunidade enriquece a administração", afirma Gisalma.


Exportações e temporada alta de consumo estimulam vendas
A queda nas vendas no primeiro semestre deste ano está fazendo a indústria calçadista agilizar os lançamentos de primavera-verão, no intuito de alavancar o comércio. Ações para o mercado externo, busca de nichos de mercado, aposta em novos materiais e modelos são algumas ações que estarão em evidência durante a Francal, Feira de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes. A 34ª edição do evento acontece a partir de hoje e vai até 18 de julho, no Parque Anhembi, em São Paulo. Serão cerca de 700 expositores, ocupando uma área recorde, que chega a 33 mil metros quadrados.

Com a predominância das estações primavera e verão, que em algumas regiões do País chegam a oito meses, os fabricantes desenvolvem linhas mais amplas de produtos focados nesta temporada. Na Azaléia, por exemplo, a produção de calçados para as épocas mais quentes representa nove meses de trabalho. A Cravo e Canela só investe em produtos que vão de meia estação até o alto verão. Ambas estarão expondo na Francal.

Durante a feira, são esperados 40 mil profissionais do setor, entre lojistas nacionais e compradores estrangeiros. Do exterior, foram convidados representantes da Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Peru, Panamá, México e África do Sul, através do Projeto Comprador. O programa visa estimular as exportações brasileiras de calçados entre fabricantes de pequeno e médio porte.

Segundo Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal, iniciativas como esta projetam a imagem do calçado brasileiro no exterior. "Além dos importadores, estamos convidando um grupo de jornalistas da Venezuela, Argentina, Colômbia e Itália." Para o executivo, o simples contato com compradores internacionais ajuda a desenvolver nas pequenas empresas a cultura da exportação.

Além da mostra, a promotora definiu espaços de exposições e fóruns de discussão, como o fórum de tendências Francal, com orientação aos lojistas, o concurso Francal top de estilismo, o top fashion, que reúne grifes de calçados, bolsas e assessórios, o salão de bijuterias e semi-jóias, o salão de máquinas, couros e componentes e o projeto passo a passo, onde é montada uma fábrica.

Entre os expositores, destacam-se as empresas de São Paulo e Rio Grande do Sul que, juntas, representam 67%.

Associação de lojistas defende calendário unificado de lançamentos
O setor brasileiro de calçados ganha, a partir do próximo ano, mais uma entidade representativa. Trata-se da Associação Brasileira dos Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), que deve reunir, inicialmente, 500 varejistas de todo o País. O objetivo é melhorar o canal de comunicação com as indústrias de calçados e desenvolver projetos conjuntos para o setor.

A associação deve entrar em operação a partir de janeiro de 2003. Antonio Espolador, presidente da Ablac, diz que irá aproveitar o encontro do setor para promover reuniões com lojistas e discutir questões estatutárias e a criação jurídica entidade. Entre os projetos que serão discutidos está a criação de um calendário para o lançamento sincronizado das coleções.

Gaúchos representam um terço dos expositores da 34ª Francal
Do Rio Grande do Sul são 222 expositores, ocupando 39% da área total da Francal, o maior espaço por estado. O interesse dos gaúchos é justificado pelos 40 mil visitantes esperados durante a Francal. Maior vitrine da primavera-verão, que representa 60% da produção do setor, a mostra é uma excelente estratégia para quem busca ampliar mercado.

A Calçados Bottero, de Parobé, apresenta na feira 40 novas linhas, com 320 modelos, em que mistura as tendências internacionais ao estilo brasileiro. A expectativa é vender 1,8 milhão de pares neste semestre, que correspondem a 60% da meta anual de 3 milhões de pares. A maior parte deste volume será entregue a lojas de todo o país, mas a Bottero tem ampliado o alcance da sua marca, segundo o diretor-presidente Paulo Victor Kauer, colocando 20% de sua produção no mercado externo, em países latino-americanos e nos Estados Unidos. Por isto, tem forte interesse em contatos com os importadores.

Já a marca Maria e Cia. é a marca destinada ao mercado interno do grupo Orquídea, de Sapiranga. A organização emprega 1.400 colaboradores e produz 9 mil pares/dia para grifes consagradas no mercado internacional, mas busca conquistar espaço com identidade própria. Segundo o gerente comercial Moacir Dresch, o foco é o mercado brasileiro, mas não descarta vendas para o exterior.

Para a Calçados Bibi, a estação representa três dos 5,1 milhões de pares que projeta vender este ano, para um faturamento total previsto em R$ 88 milhões. Com foco nesta meta, apresenta 27 linhas de calçados infantis e infanto-juvenis desenvolvidos a partir da proposta de unir moda e saúde. Segundo o diretor-presidente, Marlin Kohlrausch, a marca exportou 224,6 mil pares no primeiro semestre do ano, para 35 países, incluindo Estados Unidos, mercados europeus e fornecedores internacionais da Indonésia e Taiwan.


Bolsas de valores estão livres da CPMF
As operações nas bolsas de valores liquidadas a partir de hoje estão livres da incidência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A perspectiva dos analistas, no entanto, é de que a isenção só vai surtir efeito no médio ou longo prazo. "O impacto não vai ser tão forte porque há outros fatores macroeconômicos que se sobrepõem e inibe os investimentos em ações", diz o presidente da Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais (Abamec Nacional), Humberto Casagrande.

Os investidores ainda estão sendo influenciados pela corrida eleitoral e a tendência é de que o volume da Bovespa não se recupere tão cedo. Ficam isentas também as câmaras de compensação, as companhias securitizadoras que negociam créditos adquiridos de terceiros e as operações indiretas de ações no chamado mercado de derivativos. Os investidores estrangeiros que aplicarem os recursos na bolsa não pagarão o imposto ao ingressar ou sair do País.

Casagrande ressalta que a isenção da CPMF será um fator importante de influência positiva nos negócios na bolsa no médio longo prazo. "Agora pesam os dados pontuais", observa. O superintendente geral da Bovespa, Gilberto Mifano, concorda que a repercussão na bolsa não será tão forte no princípio porque todos aguardavam a medida. No curto prazo pode haver alguma modificação com a retomada de operações que aproveitam as tendências do mercado financeiro e eram evitadas devido ao custo da CPMF. "Espero que os agentes do mercado percebam o custo menor e aumentem o número de operações", afirma.

Ele acredita que a recuperação do volume deve ser lenta na medida que diminuam as incertezas no cenário nacional e internacional. A tendência é de que a Bovespa recupere parte da competitividade diante das bolsas internacionais. A CPMF representava nove vezes o custo de uma operação realizada na Bolsa de Nova Iorque. Por isso, alguns negócios que eram realizados por meio de ADRs podem retornar. "Com o fim da CPMF é com o aumento do volume, que faz cair o preço da corretagem, a bolsa brasileira pode ficar mais bara ta até que as norte-americanas", acredita Mifano.

Alta dos juros reduz interesse por renda variável
Para o presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas, Alfried Plöger, a retomada dos negócios na bolsa depende principalmente da queda dos juros no Brasil. A taxa de juros real brasileira é a segunda do mundo e por isso ainda há a preferência pela renda fixa. "Por que quando houve o episódio da marcação a mercado, os investidores migraram para a poupança e não para a renda variável?", pergunta. O mercado de ações representa apenas 7% do volume total de investimentos no Brasil, enquanto a rendimentos fixos, mais conservadores somam 90%.

Plöger explica que a alta taxa de juros expulsa os investidores das aplicações no mercado acionário. "Não há a menor chance dos juros caírem de verdade. Uma redução de 0,5 ponto porcentual na Selic não determina nada. Os juros brasileiros precisam ter apenas um dígito", afirma.

Se por um lado, o governo isentou as bolsas da CPMF, por outro aumentou a tributação sobre a renda variável de 10% para 20%. "A CPMF era pior porque precisa é paga tanto no ganho quanto na perda e o imposto é só cobrado em cima do ganho", lembra Mifano.


Artigos

Publicidade social em moda
João Firme

Está em moda a comunicação social. Ela aparece quando se promovem campanhas para a doação de órgãos, sangue e recursos para instituições humanitárias. Vimos defendendo, há bastante tempo, um tratamento especial pelos veículos de comunicação para promoção e apoio de campanhas publicitárias de bem público, de iniciativa da sociedade e também dos governos da União e dos Estados. E registramos agora, com satisfação, a recente assinatura de um acordo entre o governo federal e o CEN para veiculação, com preços especiais, de propaganda com fins sociais como anti-drogas, trânsito, vacinação e outros. Estas campanhas, consideradas de bem público, seriam classificadas como de utilidade pública. Em 1995, quando fomos a Cuba, a publicidade no rádio e televisão só era permitida na forma de assinatura do patrocinador nos spots que promoviam o bem-estar social na ilha caribenha. Gostamos da idéia e a adotamos no Festival Mundial de Publicidade de Gramado, edições de 1999 e 2001, premiando uma categoria chamada "Comunicação Social e Ensino". Também o Fiptur, Festival Internacional de Publicidade do Turismo e Ecologia, premiou, em maio de 2002, no Rio de Janeiro, peças voltadas para a "responsabilidade social e comunitária".

Agora, o capítulo de Cuba da Alap, Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade, representado pela Associação de Publicitários e Propagandistas, vai promover em Havana, de 13 a 15 de novembro de 2002, o I Festival Internacional de Comunicação de Bem Público. O evento terá como didática a troca de experiências e tecnologias visando a eficácia da comunicação de bem público nos países latino-americanos, com premiação de anúncios eletrônicos e impressos que tenham como temática: Família, Gênero, Infância e Juventude; Direitos da mulher; Solidariedade, Comunidade e Convívio Humano; Promoção de Saúde e Auto-cuidado, além de outros. O júri terá como titular um brasileiro, Roberto Duailibi, presidente da DPZ, agência fundadora da Alap. O fim social da publicidade será debatido com ênfase e premiado no 14º Festival Mundial de Publicidade de Gramado, nos dias 11, 12 e 13 de junho de 2003.


Colunistas

ADÃO OLIVEIRA

O desmentido
Luiz Felipe Scolari, técnico penta-campeão mundial de futebol, não está apoiando o candidato Ciro Gomes, da coligação PPS/PDT/PTB, à presidência da República.

A revista Veja desta semana, diz que "os efeitos da subida nas pesquisas já se fazem presente na campanha de Ciro. A primeira mudança é um reforço na qualidade dos apoios. Na semana passada, o técnico do penta, Luiz Felipe Scolari, anunciou que vota em Ciro, porque ele teria sido o único candidato que apoiou a seleção desde o início".

Isso não é verdade!
Na versão do deputado Darcísio Perondi, do PMDB e um dos articuladores da campanha de José Serra, no Rio Grande do Sul, esse anúncio, a que a revista se refere, não existiu. Darcísio é irmão de Emídio Perondi, presidente da Federação Gaúcha de Futebol que, por sua vez, além de ser amigo de Felipão, é um de seus interlocutores junto à Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

Na versão do deputado Darcísio Perondi, tudo isso está muito mal contado. Na sua avaliação a notinha, dando conta do apoio de Felipão para Ciro Gomes, foi plantada com a intenção de tirar proveito político do prestígio do técnico.

E isso foi feito.

Logo depois da publicação da nota, o site de campanha de Ciro Gomes, trazia uma foto antiga do presidenciável ao lado de Felipão.

Darcísio Perondi há muitos meses vinha trabalhando na articulação visando aproximar o seu candidato José Serra, de Luiz Felipe Scolari. Esta semana ele foi surpreendido com uma nota publicada pelo colunista José Barrionuevo, de Zero Hora, dizendo que o técnico estava apoiando Ciro Gomes, na corrida pela sucessão de Fernando Henrique Cardoso. Foi nessa nota que Veja se baseou para dar a informação do apoio de Luiz Felipão à Ciro Gomes. Imediatamente, Darcísio, procurou seu irmão Emídio Perondi, que já quarta-feira, durante a cerimônia de condecoração, no Palácio Piratini, falou com o técnico sobre isso. Felipão, teria ficado irritadíssimo com a informação. E mais, naquele mesmo momento, irritadíssimo ele passou o número de seu telefone "ultra-secreto" para que Darcísio o fornecesse a José Serra. Para Emídio, Felipão alegou que a uns quatro anos ele havia dito que Ciro Gomes, seria um bom candidato à presidência da República. Mas, "daí dar meu apoio...".

No dia seguinte, Emídio Perondi entregou o número de telefone ao seu irmão para que ele o passasse à José Serra. Darcísio, no mesmo dia, telefonou para o candidato tucano lhe contando toda a história e passando o telefone de Felipão. Finalmente, Serra ligou para Felipão e ouviu dele todas as explicações. Falaram durante um bom tempo e acertaram um encontro, dentro de aproximadamente quinze dias, quando Felipão retornar de uma viagem de férias que empreendeu ao Canadá. O encontro deverá ser realizado em Porto Alegre.

Mas, uma coisa Darcísio Perondi quer deixar muito claro. Felipão também não confirmou nenhum apoio ao candidato tucano, aliás, como também não o fez com Ciro Gomes.


CARLOS BASTOS

Britto e Tarso agem para segundo turno
Os candidatos Antônio Britto (PPS) e Tarso Genro (PT) já se movimentam na campanha visando o segundo turno. O ex-governador faz questão de visitar todos os prefeitos quando chega aos municípios do interior, mas dá uma atenção especial para os eleitos por PMDB, PPB, PDT, PTB e PSDB. Estes partidos têm candidatos ao governo, mas Britto está investindo para um retorno mais adiante, ou sendo mais específico no segundo turno. Já o ex-prefeito de Porto Alegre está fazendo questão de visitar prefeitos do PDT, como aconteceu nesta última semana em Taquara, com Délcio Hugemtobler, em Salto do Jacuí, com Lindomar Elias, e em Espumoso, com José Parizzoto. Em verdade, Tarso Genro e Antônio Britto, evitam ao máximo assumir a polarização do pleito, mas tanbén procuram se antecipar aos acontecimentos.

Diversas
Britto já tem assegurado no segundo turno o apoio dos eleitores de Celso Bernardi. Pepebistas e tucanos gaúchos não têm nenhum impedimento para fechar com o ex-governador, de quem foram aliados na gestão anterior.

No PDT, o ex-governador pretende penetrar através dos seguidores de Alceu Collares, que teve seu governo muito contestado pelos petistas.

Tarso esp era penetrar no eleitorado do PDT à esquerda, e conta com o auxílio do ex-presidente do partido, Sereno Chaise, que hoje está no PT.

O ex-prefeito da capital já conta no primeiro turno com um bom quinhão dos votos do PSB de Beto Albuquerque, apesar do partido ter lançado o candidato Caleb Oliveira, forçado pela verticalização das coligações.

O candidato petista também pretende abrir uma brecha nos setores do PMDB que são hostis ao ex-governador Britto, que trocou o partido pelo PPS.

O vereador Estilac Xavier inaugura com um "quentão" na noite desta segunda-feira seu comité eleitoral na Avenida João Pessoa, nº 1167.

O candidato Germano Rigotto, do PMDB, inaugura às 15h seu comité central de campanha, na Avenida Sertório, nº 937. Lá estarão presentes o candidato a vice, o tucano Antonio Hohlfeldt, e os dois candidatos ao Senado da aliança PMDB-PSDB, o peemedebista Odacir Klein e o pessedebista Vicente Bogo.

Morte do suplente de vereador na capital Antônio Augusto Bernd, irmão do deputado estadual Mário Bernd, fez o PPS e seu candidato Antônio Britto suspender toda a programação prevista para sábado.

E quem esteve em Porto Alegre no sábado foi Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes, e que veio se reunir com os sindicatos ligados à Força Sindical. Foi recepcionado no aeroporto Salgado Filho pelo candidato da Frente Trabalhista José Fortunati, e seu vice Luiz Francisco Barbosa.

A Ajuris realiza no final da tarde de hoje um debate entre os candidatos ao governo do Estado. Confirmaram presença os candidatos Celso Bernardi (PPB), Germano Rigotto (PMDB-PSDB) e José Fortunati (PDT-PTB).

Última
Sexta-feira, café da manhã no antigo Hotel Europa em Rio Grande. Entram no salão o candidato do PMDB ao governo, Germano Rigotto, e o prefeito Jandir Branco, e se encontram com o candidato do PPS, Antônio Britto Filho, e o deputado Paulo Odone Ribeiro. Trocam cumprimentos e vão sentar em mesas separadas.

Mais tarde, os dois candidatos ao Palácio Piratini se revezariam em entrevistas nas rádios Cassino e Minuano.


FERNANDOALBRECHT

Compras paraguaias
No jogo do Grêmio com o Olimpia, em Assunção, o vice-presidente médico do clube gaúcho, José Arthur Mickelberg, interessou-se pelos Rolex oferecidos por um camelô por US$ 8,00. Mickelberg garantiu ao seu amigo, o advogado Nestor Hein, que daria um de presente a seu amigo Felipão. Olha aqui, doutor, o Felipão é tão mão-de-mulita que reconhece Rolex frio debaixo da água e com olhos vendados. Nestor também comprou um "legítimo" para dar ao chefe, Carlos Sperotto. Aí é fácil. O presidente da Farsul ainda chama relógio de cebolão .

Por falar em falsificação...
...a solitária cruzada que o vereador Adeli Sell (PT) move contra os CDs piratas merece mais atenção das autoridades. Na última Veja , o presidente da Federação Internacional da Indústria Fonográfica, Jay Bernan, escandaliza-se com a pirataria no Brasil, que atinge níveis insuportáveis - 60% dos discos são falsificados, 40 milhões de unidades. O Brasil é o único país onde CDs de artistas locais são pirateados. O pior é que a grana não vai para os "coitadinhos" e sim para o crime organizado, traficantes e terroristas árabes.

Fusão de colégios
O anúncio do fim das atividades do IPA (680 alunos) no final deste ano, que fará fusão com o Colégio Americano (1,1 mil alunos), ambos administrados pelos metodistas, não termina só com 75 anos de gloriosa carreira. Professores dizem que os alunos estão chocados porque ambos os colégios mantém rivalidade em tudo, das aulas aos esportes. Segundo eles, a fusão de culturas, se possível será traumática.

Companheiros das Américas
A Companheiros das Américas RS/Indiana, ONG norte-americana que visa promover o intercâmbio de informação e conhecimento entre cidadãos das Américas e Caribe, receberá a visita de enfermeiras do estado de Indiana, estado "irmão" do RS, para uma integração com profissionais de hospitais e clínicas da Capital.

Boa pergunta
Um motorista que recorreu sem sucesso de multa de trânsito aplicada em 1999, quando a Ufir ainda não fora extinta, estranha que as multas devam ser pagas ainda com correção em Ufir. "Como pode uma moeda que não existe constar em uma cobrança se existe uma tabela com valores para as multas feita em reais?". Boa pergunta.

Nova tabela
O Conselho Regional de Medicina RS está elaborando nova tabela que determinará o valor mínimo dos honorários a serem cobrados pelos médicos. O Cremers alega que atualmente a categoria não possui qualquer piso salarial, "ficando à mercê da exploração e desvalorização do seu trabalho". As sociedades de especialidades ajudarão na tarefa, segundo o presidente do Cremers, Marco Antônio Becker.

Saint Hilaire
Há tempos a página comentou os assaltos no Parque Saint Hilaire. Pois agora todos os veículos que ingressarem no Parque Saint'Hilaire receberão um cartão-senha que, na saída, terá de ser devolvido na portaria. A medida é "forma de garantir maior segurança na área". Mas é preciso reconhecer que a Smam faz o possível para melhorar não só a segurança como também evitar impactos ambientais ao parque.

Bronca feminista
O colunista Paulo Rogério, do jornal Antena, do Vale do Taquari, comenta que uma informação sobre casas de massagens despertou grande reclamação do público feminino. Elas querem saber porque não há casas especializadas em mulheres na região. Olha que tem, meninas, olha que tem...

Aeroporto da Serra
O Departamento Aeroportuário do Estado está realizando levantamentos topográficos em Flores da Cunha, Caxias do Sul e Farroupilha para a instalação do Aeroporto Internacional da Serra, com início de construção previsto para 2004, segundo disse o diretor do DAE, Marco Franceschi, ao Correio Brigadiano
. Ele acrescenta que os locais exatos não serão revelados para evitar expectativas ou especulações. A pista teria até 3,7 mil metros de extensão e seria a maior do estado. O projeto está orçado em R$ 120 milhões.

Caça ao gato
Leitora denuncia que os gatos que se abrigam na Câmara de Vereadores de Porto Alegre estão ameaçados por uma mega ação de envenenamento. Da primeira vez houve a tentativa de fechar os porões do prédio com telas, o que teria sido impedido pelos funcionários da colenda. Ela acha que é melhor esterilizar os bichanos.

O Centro de Zoonoses já realiza 40 cirurgias de castração por mês.

Especialistas mexicanos estarão aqui dias 19 e 20 para conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente no âmbito do Poder Judiciário.

Prefeitura de Canoas/Ritter dos Reis fecharam parceria em projeto de regularização fundiária.

Ivo Rizzo lança dia 18 o Moinhos Hall, 24 de Outubro com Mariante, dois dormitórios/duas garagens.

Dias 24 e 25 acontece o Congresso da International Stress Management Association (ISMA-BR).

A italiana Vola IT inaugura ainda este mês a operação Vola Brasil (mensagens curtas via celular).

Wilma Araujo Santos, da Junior Achievement, foi eleita pelo conselho uma dos 20 líderes sociais do Brasil.

JC Foernges inaugura breve ponto na Zona Sul, com o evento Vitrine VIP/Calvin Klein.


Editorial

AS ESTRELAS DA BOVESPA SUPERAM A TURBULÊNCIA

O medo dos investidores tem derrubado o valor das moedas e das ações em todo o mundo. As principais vítimas são o dólar dos EUA e as ações de empresas norte-americanas, onde transformar perdas em lucros via balanços fraudados tornou-se uma rotina desde a Enron, passando pela WorldCom e a Xerox, para citar as empresas mais visadas no noticiário, além, é claro, daquela que teve como sócio o atual vice-presidente norte-americano, um problema ainda não mensurado em termos políticos e, mais ainda, em perdas financeiras. O Índice Dow Jones e o Nasdaq recuaram, a bolha de prosperidade da Nova Economia estourou, arrastando com ela milhares de pessoas e empresas na América do Norte e na Europa. Salvou-se o euro, a moeda única da UE, cuja cotação está emparelhada com o dólar, quase na base de um por um, ela que foi de 83 centavos. O Brasil, atrelado à economia dos EUA, que passa por uma recessão, sem dúvida, ao lado do Japão e com desaceleração nítida na Europa, não poderia ficar protegido. O Ibovespa, que é o Índice com a média dos papéis mais negociados na Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 20% nos primeiros seis meses de 2002, a maior queda nos últimos 30 anos para um primeiro semestre. No entanto, as ações de empresas que têm receita em dólares transformaram-se em estrelas e quem investiu corretamente teve ganhos de até 63%, no mesmo período, tido como muito ruim.

Caemi, Gerdau, Vale do Rio Doce, Embraer e Coteminas tiveram valorizações, no ano, de 63%, 50%, 35%, 32% e 32%, respectivamente, sendo que somente em junho o Ibovespa perdeu 15,3%. Os empregados que se utilizaram do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, FGTS, para comprar ações da Petrobras ou da Companhia Vale do Rio Doce também estão indo muito bem. Em agosto de 2000, optaram por aplicar na Petrobras 310.318 trabalhadores, que têm um ganho acumulado, até junho, de 56%, enquanto a correção do FGTS foi de 11%. Os 728.400 trabalhadores que investiram, em março de 2002, na Vale do Rio Doce, ganharam 42% de maneira cumulativa, contra uma correção do Fundo de Garantia de 0,95%, ou seja, a melhor e mais segura aplicação de 2002, até agora. Os especialistas em mercados de capitais alertam que sempre se compra na baixa e se vende na alta, uma máxima que atravessa décadas sem perder a atualidade. A turbulência que se verifica no mercado financeiro provoca perdas e ganhos, mas a tendência é de que volte o equilíbrio e as correções dos preços serão feitas naturalmente. Armínio Fraga, outra vez demonstrando que sabe tudo e é a raposa no galinheiro do mercado, foi à Europa e aos EUA e trouxe tranqüilidade sobre o futuro imediato do Brasil, o pior passou. Quanto às aplicações, no momento as piores são aquelas das empresas de telecomunicações e energia, pois têm receitas em reais e dívidas em dólares, combinação que causa dor de cabeça aos administradores. No entanto, vale realçar que tirando a excepcionalidade das aplicações com as ações da Petrobras e da Vale, subsidiadas as primeiras pelo governo e com ótima proteção das receitas em dólares no caso da Vale, aplicar em Bolsa é para especialistas. Os rumores de que bancos estavam comprando resultados de pesquisas e, antes de divulgá-los até cinco dias após, conforme permite a lei, espalhavam boatos sobre quedas e subidas de candidatos a favor ou contra a simpatia do mercado, deve causar reflexão e muita cautela aos neófitos e aos que têm poucos recursos. Aí, nada melhor do que a tradicional poupança, garantida, com liquidez, sem perdas inflacionárias, como fazem o presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, e o presidente Fernando Henrique Cardoso, sabiamente.


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07/15/2002


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