Meirelles admite que crise é forte, mas não é igual à de 1929



O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, admitiu nesta quinta-feira (30) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que a atual crise financeira mundial é forte, mas não é igual à crise de 1929, que chegou a quebrar a Bolsa de Valores de Nova York e causar depressão em vários países.

Segundo Meirelles, de setembro de 2007 até agora, cerca de US$ 32 trilhões foram perdidos nas bolsas de valores de todo o mundo, o que gerou uma nova repactuação dos mercados financeiros nas principais economias do planeta.

O presidente do Banco Central disse ainda que a economia brasileira, diante da crise, vem se comportando de modo bastante positivo, se comparada com a de países emergentes, principalmente os da Europa Oriental e da Ásia. Um dos motivos, observou, é que o Brasil é credor líquido em dólares e possui reservas maiores do que o total da dívida externa.

Meirelles admitiu que, após os bancos norte-americanos paralisarem as suas linhas de crédito, o mercado brasileiro teve dificuldades de ter acesso ao dólar, razão pela qual realizou provisão de liquidez tomando por base a moeda. Mas afirmou que as vendas não atingiram as reservas cambiais.

O presidente do BC enalteceu ações do governo para combater a crise, a exemplo da venda de cerca deUS$ 5 bilhões, com compromisso de recompra. Lembrou ainda que foi feita liberação de compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central) via realização de leilões públicos e intervenções nas vendas no chamado mercado spot, onde as operações são feitas com pagamento à vista.



30/10/2008

Agência Senado


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