Inflação e retomada do crescimento na pauta com Malan e Meirelles
Em horários diferentes, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) deverá ouvir, nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o provável presidente do Banco Central do novo governo, Henrique Meirelles. A expectativa dominante entre senadores que integram a comissão está direcionada para dois temas: o temor pela volta da inflação e o desejo de retomada do crescimento da economia, com a geração de renda e de mais empregos a partir de 2003.
O ministro Pedro Malan deverá comparecer à CAE nesta terça-feira (17), a partir das 10 horas da manhã, para quando está previsto o início da audiência pública que elegeu como tema prioritário os termos da última negociação feita pelo atual governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Apesar de muito amplo, o tema envolve, principalmente, as políticas monetária, fiscal e cambial e as metas estabelecidas em torno delas.
À tarde, após a Ordem do Dia no Plenário, a CAE pretende sabatinar Henrique Meirelles, indicado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, a pedido do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para exercer o cargo de presidente do Banco Central. A indicação necessita da aprovação do Senado, conforme determina a Constituição.
Em entrevista coletiva que concedeu à imprensa, na granja do Torto, Meirelles não quis antecipar os pontos básicos de ações administrativas que pretende adotar no Banco Central. Ele afirmou que só poderia falar sobre temas econômicos no momento em que fosse sabatinado pela CAE. Entretanto, destacou que sua meta principal é garantir a estabilidade do Real, para, desse modo, criar uma das condições fundamentais à retomada do crescimento econômico, desejada pelo presidente eleito.
Em recente entrevista à imprensa, Pedro Malan disse que o futuro governo tem emitido sinais positivos contra a volta da inflação, destacando-se aí a rigidez na condução da política fiscal, o rigor na política monetária e o cuidado na administração da política cambial. A preservação da inflação sob controle e a responsabilidade fiscal, com a geração de superávit primário necessário para estabilizar a relação entre a dívida líquida e o Produto Interno Bruto (PIB), diz Malan, nunca foi questionada pelo futuro governo.
Malan afirmou ainda não haver motivo, no próximo ano, para que a inflação fuja de controle, principalmente porque o futuro governo não pensaria em trazer de volta a indexação, formal ou informal. O ministro acha também fundamental a manutenção dos parâmetros de gestão pública implantados pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
16/12/2002
Agência Senado
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