Mercadante elogia pronunciamento de Jereissati e diz que catastrofismo acabou



O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), elogiou nesta quarta-feira (19) o pronunciamento do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que o antecedeu na tribuna, afirmando que as críticas do oposicionista eram -qualificadas e consistentes-. Ele frisou que o governo não desqualificará os interlocutores e a oposição.

- Nós queremos ouvir as críticas, incorporá-las quando possível e procurar, nesse diálogo, avançar nas políticas de governo - disse o senador.

Mercadante destacou a mudança no padrão de discussão e na natureza das críticas dos líderes do PSDB ao governo, desde a campanha para as eleições presidenciais, quando -o centro das críticas era que o Brasil caminhava para uma catástrofe-. O senador salientou que -essa tese do catastrofismo está definitivamente encerrada-.

O senador ressaltou que apesar de Luís Inácio da Silva haver assumido o governo em meio à crise da empresa de energia americana Eron, quando o mercado financeiro desabava; em plena crise da Argentina, com graves possibilidades de contaminar o Brasil; dentro do quadro de guerra civil na Colômbia, crise na Venezuela, pedido de impeachement do presidente do Paraguai, além de -toda herança recebida do governo anterior-, o presidente -deu a tranqüilidade de uma mudança segura ao país-.

Ao observar que a crítica do catastrofismo deu lugar à crítica do continuísmo, Mercadante afirmou que esse debate é melhor do que o anterior.

- Essa crítica é muito oportuna e é uma crítica que nós devemos fazer - disse o senador.

Mercadante enumerou as mudanças implementadas pelo novo governo, começando pela política externa, com a recomposição do Mercosul e a apresentação de uma política mais ousada de negociação da Área de Livre Comércio das Américas. No que se refere à política econômica, disse o senador, o atual governo já conseguiu reduzir o déficit em transação correntes, diminuiu a necessidade de financiamento externo, estabilizou a taxa de câmbio, e recuperou a confiança dos investidores externos, como atesta o fato da taxa de risco país haver caído mais da metade.

O senador também citou a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto que era de 63% e caiu para 57,6% em dois meses de governo e destacou a melhora no balanço de pagamentos, e o fato de a inflação ter começado a baixar.

Mercadante ressaltou que o Índice Geral de Preços de Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, considerado como o índice duro da inflação, é de 30,5% e a taxa de juros está em 27%, que é -altíssima para o momento mas no índice duro da inflação a taxa de juros estaria negativa-, observou ele.

Na área social, o senador lembrou que há debates marcados sobre o Programa Fome Zero em três comissões do Senado, afirmando que o governo quer discutir cada um dos programas sociais, para mostrar sua consistência e o projeto de desenvolvimento, -em que o social será o eixo do desenvolvimento econômico-.

Mercadante disse esperar ter na tribuna, com a oposição, um debate qualificado para analisar cada uma das críticas.

- Considero muito melhor debater as diferenças que existem hoje entre o governo que terminou e o governo que se inicia, do que ter de discutir o catastrofismo que não se verificou e que só ajudou a especulação financeira - afirmou ele.



19/03/2003

Agência Senado


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