Mercadante: Getúlio deixou sua marca para sempre na história do país
Em pronunciamento nesta quarta-feira (29), em Plenário, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou que a era Getúlio Vargas "não foi um período qualquer", frisando que o presidente - com seus aspectos contraditórios - deixou sua marca para sempre na história do Brasil com uma contribuição imensa ao grande saldo industrializante, à constituição do Estado Nacional, à formação do mercado de trabalho e a um projeto nacional desenvolvimentista.
Mercadante afirmou que a Revolução de 30, liderada por Getúlio, representou uma mudança no desenvolvimento do Brasil, transformando o Estado, a economia e a sociedade brasileira. Ela se dá, assinalou o senador, em um contexto de economia primária exportadora, herança do período colonial, em que a economia do país se baseava na produção de minérios e alguns produtos agrícolas, particularmente o café, que representava, na década de 20, 60% das exportações brasileiras.
O senador fez um resumo dos acontecimentos desencadeados no Brasil pela crise de 1929, quando o preço do café desabou e, junto com ele, as contas externas do país, que era "prisioneiro do modelo primário exportador".Recordou a decisão do presidente Getúlio Vargas de comprar o café dos produtores rurais e mandas queimar os estoques do produto que vinham sendo acumulados ao longo de toda a década de 20.
- Com essa atitude, que aparentemente significava a defesa da economia cafeeira, na realidade, ele cria uma nova dinâmica econômica, e o país, em um momento de dificuldade de pagamento das suas contas externas, passa a substituir importações - assinala o parlamentar.
Do ponto de vista político, Mercadante assinalou que, pressionado pela direita e pela esquerda e incapaz de consolidar o governo democrático e constitucional, Getúlio opta por um governo autoritário, que vai reprimir os movimentos sociais. No entanto, em 1950, num governo democrático, ele "volta com uma visão de longo prazo e de estadista".
O senador enumerou os grandes empreendimentos iniciados pelo presidente Getúlio Vargas, como a criação do Instituto do Álcool e do Açúcar, do Instituto Brasileiro do Café, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), do salário mínimo, dos Ministérios do Trabalho, da Saúde e da Educação e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A nacionalização do subsolo, a criação da Companhia Vale do Rio Doce e da Companhia Siderúrgica Nacional também foram lembradas por Mercadante. Ele ressaltou que o apoio de Getúlio à química pesada, à siderurgia e à mineração deram suporte ao grande salto industrializante no Brasil.
Mercadante disse que apesar das ambigüidades, das contradições e dos erros cometidos por Getúlio - "que não foram pequenos" -, seu legado "é absolutamente inquestionável". Para o senador, "sua obra é muito maior do que esses equívocos".29/08/2007
Agência Senado
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