Mercadante lembra sonho de Celso Furtado de ver o Brasil desenvolvido



"Ele nunca abandonou o sonho de ver o Brasil desenvolvido". Assim o senador Aloisio Mercadante (PT-SP) resumiu, nesta segunda-feira (22), a trajetória profissional e política do economista Celso Furtado, falecido no sábado passado. Ao homenagear o idealizador da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Mercadante explicou que a concepção de desenvolvimento para Celso Furtado não é um processo meramente econômico, também envolve conotações sociais, éticas e políticas, dentro das quais valores como democracia, soberania e cidadania ocupação um lugar central.

O senador lembrou que a obra literária do economista é a referência mais importante do pensamento econômico brasileiro e atingiu merecido reconhecimento internacional pela ousadia e criatividade no desenvolvimento de estratégias diferenciadas para tirar o Brasil do subdesenvolvimento.

- Celso Furtado provocava a reflexão, rompia com a lógica colonizadora. Atuou na vida pública influenciando decisivamente o Plano de Metas do presidente Juscelino Kubitschek e deixou sua marca naquele momento. O homem era maior que a obra, pela sua generosidade intelectual, coerência e integridade - assinalou.

Mercadante ainda lembrou dos conselhos que Furtado deixou aos jovens economistas. O experiente economista sugere ao jovem que evite o consenso, para perceber que os caminhos trilhados por outros são de pouca valia. "Logo notará que a imaginação é um instrumento de trabalho poderoso e que deve ser cultivada. Perderá em pouco tempo a reverência diante do que está estabelecido e compendiado. E, à medida que pensar por conta própria, com independência, conquistará a autoconfiança e perderá a perplexidade", citou Mercadante.

O senador Edison Lobão (PFL-MA) lembrou que visitava Celso Furtado sempre que ia a Paris e sempre o encontrava estudando e se dedicando à ciência econômica. O senador Efraim Morais (PFL-PB) disse que o economista honrou as tradições paraibanas, independente de diferenças partidárias. O senador José Agripino (PFL-RN) disse que não chegou a conhecer Furtado pessoalmente, mas o fez através do seu tio, João Agripino, que era amigo íntimo do economista.

O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) lembrou que conheceu Celso Furtado nos encontros promovidos pelo deputado Ulysses Guimarães. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) lembrou a ligação do economista com Minas Gerais através dos presidentes Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que o trabalho de bFurtado é um balizamento para a ousadia na economia.



22/11/2004

Agência Senado


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