Mesatenista paralímpico comenta transformação pelo esporte



Promessa brasileira para os Jogos Paraolímpicos de 2016, que irá acontecer no Rio de Janeiro, o mesatenista em cadeira de rodas Guilherme Costa, de 21 anos, contou sua história de vida em palestra promovida pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), no último sábado (26), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidades, em Brasília.

Na opinião do atleta, o esporte é fundamental para todo mundo, principalmente para pessoas com deficiência.  “Ele te mostra que você é capaz de fazer muito mais do que imagina. No meu caso, por ser um atleta de alto rendimento, ele me mostrou mais ainda, pelas oportunidades que eu não imaginava ter”, disse.

Somente em 2013, seja para competir ou treinar, Guilherme já esteve na Alemanha, na Eslováquia, na Eslovênia, na Inglaterra e na República Tcheca. “Já passei por mais de dez países, fiz viagens internacionais sozinho, mesmo sendo tetraplégico, e conheci várias pessoas com lesões mais comprometidas que a minha e que conseguem fazer coisas que eu não consigo.”

De acordo com o atleta, a tecnologia ajuda a melhorar seu rendimento na mesa de tênis. “Ganhei uma cadeira de titânio no ano passado e a diferença foi gritante, inclusive na minha qualidade de vida”, contou. “Hoje, pelo apoio que recebo do Ministério do Esporte, vivo só para a atividade, consigo treinar em dois períodos e estou em uma crescente enorme. Sou o 27º do ranking mundial e venci o campeão paraolímpico de Pequim [2008] no Aberto da Alemanha.”

Promessa

Guilherme participou dos últimos Jogos Parapan-Americanos, há dois anos, em Guadalajara, no México, e enxerga as Paraolimpíadas de 2016 como prioridade. Antes disso, na próxima semana, ele disputa o Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa, em Bento Gonçalves (RS). Nos últimos dois anos, ele saiu da competição nacional com uma medalha de ouro, em 2011, em Fortaleza, e outra de prata, em 2012, em Piracicaba (SP).

O tênis de mesa surgiu no caminho do atleta como uma atividade de reabilitação fisioterápica. “Busquei o esporte um ano depois do acidente”, lembrou. Em 6 de novembro de 2006, um carro a 120 quilômetros por hora o atropelou em uma faixa de pedestre no Parque da Cidade, onde a SNCT é realizada, quando o garoto, então com 14 anos, voltava da escola para casa.

Depois de sete cirurgias, um bimestre de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e um semestre de hospital, o futuro mesatenista perdeu os movimentos das pernas e, hoje, não consegue fechar uma mão nem abrir a outra – para jogar, precisa amarrar a raquete com um faixa. “Mesmo assim, minha mão mudou a história da minha vida e me levou muito mais longe do que pernas levariam.”

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



28/10/2013 12:22


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