Mesquita Júnior condena "métodos heterodoxos" para garantir maioria



Ao tratar do chamado "presidencialismo de coalizão" na história política recente do Brasil, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) constatou que, assim como praticamente a totalidade dos presidentes que o antecederam, Luiz Inácio Lula da Silva não poderia, em 2002, ter formado seu governo sem recorrer às alianças políticas, já que seu partido conquistou 17,74% das cadeiras da Câmara - Casa em que 19 legendas estavam representadas.

No entanto, ele disse esperar que, neste novo mandato, o presidente eleito não adote "métodos heterodoxos" para garantir o apoio da maioria no Congresso, como teria feito no anterior, em referência ao escândalo do "mensalão".

- Mesmo que os métodos escolhidos não tenham afetado a popularidade do presidente, nem tenham contaminado a maioria do eleitorado que lhe deu a reeleição, é justo esperar que o caminho para garantir suporte político e partidário de seu segundo governo seja outro - afirmou.

Mesquita Júnior lembrou que as coalizões se assentam em dois pilares básicos: idéias e interesses. Para tanto, seria indispensável que as idéias se expressassem em projetos, programas e propostas, e que os interesses fossem legítimos.

- Buscar apoio político, partidário e parlamentar por meios ilegítimos contamina necessariamente os fins que deveriam justificar o apoio desejado - enfatizou o senador, destacando que os interesses pessoais não podem se sobrepor aos projetos objetivos e programas públicos.

Mesquita Júnior disse ainda que gostaria que seu partido, o PMDB, adotasse, nos próximos quatro anos, uma posição de independência e não integrasse a frente parlamentar de apoio ao governo, como pretende fazer sua porção majoritária. O senador, que defende a apresentação de candidatos próprios à Presidência da República e aos governos estaduais, pelo PMDB, nas próximas eleições, argumentou que "a experiência tem mostrado que a participação do partido em coalizões de governo tem comprometido tal perspectiva".



23/11/2006

Agência Senado


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