Mesquita Júnior condena distribuição de recursos previstos no PAC para a Amazônia
O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), em pronunciamento nesta sexta-feira (9), criticou a destinação de recursos para a Amazônia prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apresentado pelo governo no final de janeiro deste ano. O parlamentar disse que, dos R$ 51 bilhões que deverão ser investidos pelo programa na região, R$ 39 bilhões serão utilizados para construção de hidrelétricas e estradas. Na opinião do senador, o PAC deveria prever maior volume de investimentos para a área de pesquisa técnica e científica voltada para a preservação da biodiversidade da Amazônia.
- O PAC deveria valorizar a biodiversidade amazônica, nossa maior riqueza natural. Deveria investir racionalmente para poder conhecer e explorar racionalmente a floresta - argumentou.
O Estado, analisou Mesquita Júnior, assume, com o PAC, seu papel de indutor do desenvolvimento por meio da implantação e da recuperação da infra-estrutura econômica do país. Entretanto, segundo o senador, o PAC limita-se a ações infra-estruturais e "nem de longe assume o papel mais ativo no planejamento estratégico do desenvolvimento nacional". Junto às ações infra-estruturais necessárias, o PAC, na opinião de Mesquita Júnior, poderia indicar claramente quais grupos econômicos e setores sociais serão os beneficiários do desenvolvimento que está buscando.
Para o senador, a priorização do atendimento às demandas do setor energético, bem como do mineral e do metalúrgico, representa a tônica político-ideológica do Estado.
- A sociedade, por acaso, participou da escolha das ações prioritárias de investimento dos quinhentos e três bilhões de reais dos cofres da União? Para definir as ações do PAC, o governo ouviu quem, em que condições? - questionou.
Mesquita Júnior ressaltou que, apesar de setores do poder público ligados ao desenvolvimento sustentável amazônico terem considerável acúmulo de conhecimento técnico-científico, e de ministérios e instituições elaborarem excelentes políticas públicas para a região, o programa de desenvolvimento do país lançado pelo governo não contempla recursos para investimento em ciência e tecnologia na Amazônia.
O senador disse temer que o PAC possa causar mais um acidente na Amazônia, a exemplo do que aconteceu com programas de governos anteriores - como o que promoveu a construção da Transamazônica, que, para o senador, destruiu a floresta e não trouxe benefícios à população da região.
- As atividades econômicas incentivadas pelo PAC são concentradoras de renda e destruidoras do meio ambiente. Havendo acidente, é sempre o povo humilde da Amazônia que paga o PAC, ou melhor, o pato - ironizou.09/03/2007
Agência Senado
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