Mesquita Júnior: imprensa julga e mata politicamente



O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) repudiou, nesta segunda-feira (6), afirmações feitas em matéria publicada pela revista Veja capazes de manchar a reputação dos parlamentares. A matéria, considerada pelo senador como "meio debochada", trata de problemas de conduta que impediriam os parlamentares do PMDB de assumir cargos de direção.

No que se refere a Mesquita Júnior, a revista afirma que ele foi acusado de confiscar parte dos salários de funcionários do seu gabinete, e teria perdido o prestígio político, mesmo com o arquivamento do processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Em resposta a esse comentário, Mesquita Júnior disse já ter demonstrado, cabalmente, na tribuna do Plenário e no Conselho de Ética, que foi alvo de "uma grande armação".

Mesquita Júnior explicou que, no momento em que rompeu com o governo Lula, passou a ser alvo de uma "tentativa sórdida de desmoralização". No curso dessa campanha ele foi acusado de ter se apropriado de parte do salário de uma funcionária do seu escritório parlamentar em Sena Madureira, município do Acre. A partir daí a acusação foi ampliada e passou-se a dizer que ele também se apropriava de um percentual do salário de todos os funcionários do gabinete. O suposto esquema ganhou então o apelido de "mensalinho", numa referência ao "mensalão".

A denúncia foi encaminhada ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, mas o relator do processo, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), apontou a fragilidade da acusação: "A única conclusão possível decorrente do acesso aos dados protegidos por sigilo bancário [Mesquita Júnior autorizou a quebra do seu sigilo bancário] é a de que, de fato, o senador Geraldo Mesquita aportava recursos na conta corrente de Dóris [chefe de escritório de Sena Madureira], conforme seu depoimento, com intuito de garantir a manutenção do escritório de Sena Madureira".

- A acusação era de que eles transferiam dinheiro para mim. Provei cabalmente que era o contrário: eu é que depositava dinheiro para custeio das despesas do escritório - ressaltou o senador em seu discurso.

Mesquita Júnior salientou que tem como assessor o professor Octaciano Nogueira, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) e perguntou como faria para pedir um percentual do salário de Octaciano Nogueira. O senador lembrou que os servidores, indignados, colocaram-se à disposição dos jornalistas na época "para dizer a verdade", mas não foram ouvidos.

- Infelizmente, no Brasil, não temos prisão perpétua, não a adotamos, mas parte da imprensa brasileira adota a condenação perpétua. Não há nada que você possa fazer no sentido de demonstrar que aquilo do qual foi acusado não tinha fundamento, pois a condenação persiste talvez até a morte, talvez até depois da morte - protestou o parlamentar peemedebista.

Mesquita Júnior protestou, ainda, contra matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense tratando de concessão de diárias aos senadores que viajam ao Uruguai, à Argentina e ao Paraguai para missões no âmbito do Parlamento do Mercosul. Segundo o jornal, os senadores estariam recebendo uma diária cheia para ir e uma diária cheia para voltar.

Conforme Mesquita Júnior, ele foi a Buenos Aires, em maio deste ano, participar de uma reunião da Comissão de Direitos Humanos do Parlamento do Mercosul. Viajou no dia 6 de maio para Buenos Aires e retornou no dia 8. Ou seja, no dia 6, recebeu meia diária; no dia 8, recebeu meia diária; e, no dia 7, recebeu uma diária inteira. No total, afirma ter recebido, como prova documento do Banco do Brasil, duas diárias inteiras -de US$ 353 ouUS$ 706.

- Como se receber diária para trabalhar em missão oficial fosse algo criminoso. A matéria induz a que se pense que os senadores estão recebendo diária como se isso fosse uma indecência. Isso é um negócio perverso - reagiu o senador.

Mesquita Júnior recebeu o apoio, em apartes dos senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Papaléo Paes (PSDB-AP), Marisa Serrano (PSDB-MS), Cristovam Buarque (PDT-DF), João Pedro (Bloco/PT-AM), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).



06/07/2009

Agência Senado


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