MESTRINHO: CONGRESSO VOTARÁ ORÇAMENTO NA PRIMEIRA SEMANA DE ABRIL



O Congresso deverá votar o orçamento da União para este ano na primeira semana de abril, conforme previsão feita nesta segunda-feira (dia 27) pelo presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM). A Comissão deve se reunir nesta terça (dia 28) para fazer as últimas votações do substitutivo do relator-geral, deputado Carlos Melles (PFL-MG), todas elas mudanças de redação.
O substitutivo do projeto orçamentário que sai da comissão contém centenas de modificações na proposta original do Executivo, beneficiando milhares de programas e projetos em todos os estados. No total, os deputados e senadores fizeram mais de oito mil emendas e o relator-geral aumentou a previsão de receitas da União neste ano em 3,29%, sob o argumento de que o governo não havia considerado o crescimento inflacionário do segundo semestre do ano passado.
Além disso, a comissão decidiu usar R$ 304 milhões de receitas do DNER, provenientes do programa de fiscalização das rodovias federais. O Ministério do Planejamento, Gestão e Orçamento não havia colocado tais receitas em suas previsões, o que levou o ministro dos Transportes a enviar carta aos deputados e senadores afirmando que o DNER deverá ter neste ano uma receita de multas próxima de R$ 700 milhões. O relator-geral decidiu então usar metade da previsão feita pelo Ministério dos Transportes.
Com o aumento das receitas e com o cancelamento de 5% do custeio previsto pelo governo, a Comissão Mista de Orçamentos aumentou a previsão de investimentos federais neste ano de R$ 6,8 bilhões para R$ 11,6 bilhões, um crescimento de R$ 4,8 bilhões (70,5%). O relator Carlos Melles afirma em seu parecer que investimentos significam mais empregos e o Congresso não podia concordar com uma queda em tais aplicações, como pretendia o Executivo.
Na madrugada da última sexta-feira (dia 4), ao votar 1.202 destaques apresentados ao relatório-geral, os deputados e senadores decidiram usar R$ 550 milhões programados anteriormente pelo Executivo para pagar precatórios judiciais. Os parlamentares entenderam que o governo não precisará de todos os R$ 3,1 bilhões previstos para os precatórios, pois o Congresso está votando um projeto que manda dividir tais pagamentos em dez anos. Dos R$ 550 milhões dos destaques, a educação ficará com R$ 162 milhões.

27/03/2000

Agência Senado


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