MESTRINHO DEFENDE MAIS INVESTIMENTOS NA FORMAÇÃO DE MESTRES E DOUTORES
- Embora os dois assuntos tratados pelos senadores possam parecer distintos, eles contém, basicamente, matérias da maior importância para a análise das causas de nosso subdesenvolvimento e do cada dia mais acentuado "gap" (distência), como dizem os economistas, entre nossa economia e a dos países desenvolvidos - explicou Gilberto Mestrinho.
Referindo-se a ampliação de recursos para mestrados e doutorados, tema do pronunciamento de Roberto Saturnino, Mestrinho opinou que é inexplicável que o Brasil busque fazer economia de "coto de vela" com a formação de seus recursos humanos. O investimento na qualificação dos profissionais brasileiros, segundo o senador, é a única forma do país sair da condição de "campeão" das desigualdades sociais em que se encontra.
Já ao comentar o discurso de Carlos Patrocínio sobre o encontro em Seattle, que reunirá representantes dos países da Organização Mundial do Comércio (OMC) e tem como objetivo estabelecer novas regras para o comércio internacional no próximo milênio, Mestrinho disse que é importante que os representantes do Brasil resistam contra as novas barreiras tarifárias, sanitárias, ambientais e sociais que os países desenvolvidos, na sua opinião, querem implantar.
Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) elogiou Mestrinho por ele ter reconhecido a importância dos discursos de Patrocínio e Saturnino e pela importância dos temas abordados, sobretudo a importância do Brasil investir em conhecimento. Já o senador Tião Viana (PT-AC) disse que não tem expectativas sobre a Rodada do Milênio por acreditar que a OMC, igual ao FMI e o Banco Mundial, é uma organização que defende os interesses dos países desenvolvidos.
Outro a apartear o discurso de Mestrinho foi o senador Carlos Patrocínio, que chamou a atenção das autoridades brasileiras sobre a constatação de que "a globalização é uma nova maneira de colonização utilizada pelos países ricos para subjugar os países mais pobres". Por este motivo ele sugeriu que a representação brasileira no encontro de Seattle procure uma posição conjunta com os demais países em desenvolvimento.
24/11/1999
Agência Senado
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