MESTRINHO DEFENDE TAXAÇÃO DE PAÍSES RICOS PARA MANUTENÇÃO DE FLORESTAS



O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) defendeu nesta segunda-feira (dia 27) a cobrança de uma taxa ou imposto dos países responsáveis pela emissão de gases poluentes, em especial o gás carbônico (CO2), para ser utilizado na manutenção de florestas e no reflorestamento de áreas que absorveriam esses gases. "Somente os cerrados e o pampa gaúcho retiram dois milhões de toneladas de gás carbônico da atmosfera", explicou.

O senador criticou os diagnósticos de ambientalistas que apontam as queimadas na Amazônia como causadoras do aquecimento global. "Não têm nenhum fundamento científico", afirmou. Segundo ele, as queimadas são realizadas em todo o mundo e, somadas, correspondem a um percentual mínimo na emissão de CO2 quando comparado aos índices de emissão dos automóveis e das indústrias de países ricos, como os Estados Unidos.

Mestrinho entende que as queimadas na Amazônia têm como conseqüência apenas a devolução à atmosfera do gás carbônico que já haviam retirado do ar e da terra. "Há uma diferença muito grande entre queima de combustível fóssil e a queima de florestas e campos", disse. O maior problema para o senador, reside na recusa dos países ricos em diminuir a emissão de gases reduzindo seu desenvolvimento econômico. "Sempre teremos posição contrária quando os países ricos defendem o meio ambiente às nossas custas. Se querem que mantenhamos as florestas como sumidouros de CO2, que nos paguem", defendeu.

O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) lembrou o "fiasco" do encontro internacional realizado em Haia para discutir o aquecimento global, para ele, decorrente da recusa dos Estados Unidos em cumprir os acordos subscritos na Conferência Rio-92 e na reunião de Kyoto, em 1997. Segundo Cabral, 98% da Amazônia permanecem intactos. "Protestos como o de Mestrinho são necessários, uma vez que a mídia publica notícias inverídicas sobre a região", disse.

O senador Jefferson Peres (PDT-AM) afirmou que, apesar das previsões catastrofistas, seria muito para a humanidade que os países ricos começassem a reduzir a emissão de poluentes. Para ele, será difícil os países desenvolvidos aceitarem a cobrança de um imposto. "Não podemos embarcar cegamente nessas previsões apocalípticas, nem achar que tudo o que os ambientalistas prevêem para o mundo está incorreto" ponderou.

27/11/2000

Agência Senado


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