Mestrinho renuncia à presidência do Conselho de Ética. Juvêncio da Fonseca deve substituí-lo.



O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) renunciou à presidência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. O pedido de renúncia e de desligamento do conselho foi lido na tarde desta quarta-feira (dia 5). Mestrinho justificou que os problemas de saúde que tem enfrentado o levaram a decidir pelo afastamento. Seu substituto deverá ser o senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), que já teve seu nome aprovado para integrar o conselho, mas ainda não foi efetivado como presidente.

A indicação de Juvêncio foi feita pelo líder peemedebista, senador Renan Calheiros (AL). Por abrigar o maior número de senadores, o PMDB tem direito de indicar o presidente do Conselho de Ética. Mas cabe ao plenário do conselho aceitar ou não a indicação, em eleição que deverá ser convocada até cinco dias após a publicação da renúncia de Mestrinho no Diário do Senado, o que deverá ocorrer nesta quinta-feira (dia 6).

O vice-presidente e atual presidente em exercício do Conselho de Ética, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), não descartou a possibilidade de, antes de convocar a eleição do novo presidente, marcar uma reunião para a comissão especial que está apurando denúncias contra o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), apresentar seu relatório.

- Tudo é possível regimentalmente. A partir do momento em que tenhamos o relatório nas mãos, existindo tempo viável e útil, nós poderemos convocar o conselho para que o relatório seja votado - afirmou.

Para a senadora Heloísa Helena (PT-AL), membro do conselho, independente de quem seja o presidente, o processo de apuração das denúncias contra Jader Barbalho vai prosseguir como determina o regimento. Respondendo a repórteres sobre a possibilidade de a renúncia de Mestrinho ter sido uma estratégia para atrasar o andamento das investigações, ela afirmou que "operação-abafa, além de vigarice, é burrice, porque a realidade é implacável e o Senado tem que corresponder ao rigor que a opinião pública quer".

Já o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), também membro do conselho, disse não acreditar na possibilidade da renúncia de Mestrinho ser uma estratégia para atrasar as investigações. "Não posso me preocupar com isso nem raciocinar nestes termos, senão teria que ir à tribuna para denunciar", declarou.

Renan Calheiros negou que a renúncia de Gilberto Mestrinho tenha sido uma estratégia para que as investigações atrasem. Ele lembrou que o PMDB aprovou a requisição dos relatórios do caso Banpará e a criação da comissão especial do Conselho de Ética para apurar as denúncias contra Jader. "O PMDB tem colaborado e vai colaborar. A recomendação que fiz a Juvêncio foi de que, com isenção, independência e autoridade, ele ajude a esclarecer os fatos", completou.

05/09/2001

Agência Senado


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