Metrô entra para o seleto grupo de operadoras com certificação ambiental
O processo para obtenção da certificação envolveu 2.500 empregados do Metrô-SP.
O Metrô de São Paulo obteve a certificação NBR: ISO 14.001:2004 (Sistemas de Gestão Ambiental-SGA) para as áreas de manutenção, logística e sustentabilidade. A companhia entrou para o seleto grupo de operadoras metroviárias mundiais que já foram certificadas com base na norma, como os metrôs de Nova Iorque, Madrid, Hong Kong, Bangkoc e Dehli. Aceita em âmbito internacional, a ISO 14001:2004 define os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão Ambiental.
De janeiro a julho deste ano, o processo para obtenção da certificação envolveu 2.500 empregados do Metrô-SP, o equivalente a 33% do total (7.500). Nesse período foram identificados 114 aspectos ambientais presentes em 3.021 atividades, a maioria da área de manutenção, onde se concentra boa parte da geração de resíduos e impactos ambientais. De acordo com Antônio Lazarini, responsável pelo Departamento de Gestão e Monitoramento Ambiental do Metrô-SP, já é possível ter o monitoramento de 75% de todas as atividades. "O SGA é uma ferramenta importante que, nas mãos de pessoas bem orientadas, permite tomar ações alinhadas com a legislação e fazer o monitoramento contínuo do estado da arte da gestão ambiental na companhia".
O primeiro passo foi dado com o treinamento de pessoal e a montagem da estrutura para implementação do SGA alinhada com as normas, segundo Lazarini. "Identificamos toda a legislação, avaliamos o seu cumprimento e fomos para o campo para descobrir os diversos aspectos e implementar ações de controle", explica. "A certificação é o ponto de partida. Agora, a empresa precisa manter atenção redobrada para que o sistema continue vivo e tenha melhorias contínuas".
O Metrô-SP foi certificado pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini, instituição credenciada pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e membro da IQNet (The International Certification Network), rede internacional de entidades certificadoras que engloba mais de 37 organismos presentes em mais de 150 países.
Além da ISO NBR 14.001:2004, a companhia possui duas outras certificações: do Sistema de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional - OHSAS 18001:1999, que reconhece a política de gerenciamento das questões de saúde e segurança ocupacional, e do Sistema de Gestão da Qualidade (NBR ISO 9001:2000) em algumas áreas da companhia (Manutenção, Operação, Compras, Infra-estrutura e Conservação Civil para a Linha 2).
Colhendo frutos
Alguns resultados do esforço empreendido pelos empregados para a implementação do SGA já podem ser quantificados. Para se ter uma idéia, em dois meses e meio, as áreas de manutenção separaram, acondicionaram e destinaram para co-processamento 25 toneladas de resíduos Classe I (produtos perigosos) para incineração em aterro, além de promoverem a recuperação e reciclagem de 100% das lâmpadas fluorescentes (vapor de mercúrio).
"Nossos efluentes são monitorados e controlados para atendimento aos parâmetros legais", conta o assistente executivo da Gerência de Manutenção do Metrô, José Carlos Mora.
O processo envolveu uma grande campanha de mobilização interna, com treinamento, comunicados, e palestras, entre outros. "Adotamos uma espécie de 'tolerância zero', algo do tipo: a partir de agora nada vai para a rede pública de tratamento", explica Mora. "Além de conscientizar, é preciso uma mudança de cultura do individual para o coletivo, o que não é fácil. Só conseguimos sensibilizar sobre a importância do SGA quando apresentamos os números e os impactos envolvidos e adotamos os cuidados no nosso dia-a-dia", acrescenta. "E para isso, a criação de um Comitê Ambiental, composto por empregados de todas as áreas engajadas, foi fundamental no processo de implementação e sensibilização do SGA", complementa Mora .
Na área de logística de materiais do Metrô-SP, o trabalho para implantação do SGA trouxe melhorias significativas. O setor é responsável por toda movimentação de materiais da companhia; desde o seu recebimento, passando pela classificação, distribuição, recolhimento, e armazenamento, até o descarte.
"Antes da certificação, tínhamos uma certa demanda reprimida. Agora, melhorou demais. Eliminamos os riscos, ao conscientizarmos os empregados e ao incorporar as práticas no cotidiano. A empresa está no caminho certo", afirma o coordenador da área de logística do Metrô, Walter Frizzine. "Manter a certificação é tão importante quanto obtê-la. O desafio agora é melhorar sempre", alerta.
Do Metrô
09/30/2008
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