Metrô: Trens de São Paulo têm processo rigoroso de limpeza
A limpeza dos trens do Metrô, com seis carros cada, é efetuada em quatro locais da Companhia
Desde o início da operação comercial do Metrô de São Paulo, em setembro de 1974, sua limpeza é um item de destaque, inclusive em nível mundial. Atualmente, a frota de 117 trens da Companhia continua a passar por um processo rigoroso de limpeza, realizada por uma empresa contratada e avaliada sitematicamente pelo Metrô.
A limpeza dos trens do Metrô, com seis carros cada, é efetuada em quatro locais da Companhia, no Pátio Jabaquara (linhas 1-Azul e 2-Verde), Pátio Itaquera (Linha 3-Vermelha), Pátio Belém (Linha 3-Vermelha) e Pátio Capão Redondo (Linha 5-Lilás). Todos os procedimentos utilizados para a higienização são controlados para garantir a segurança dos funcionários e dos equipamentos.
Além disso, o Metrô se preocupa em controlar o tempo gasto durante a limpeza para não interferir na oferta de trens durante a operação comercial. Um exemplo de otimização ocorreu em 1996, com a instalação de uma máquina industrial para agilizar a lavagem dos panos, que gerou economia de tempo e reduziu o esforço dos funcionários, antes todo esse processo era feito manualmente.
Tipos de limpeza
A higienização das composições ocorre por módulos programados ou eventuais: limpeza entre viagens, limpeza interna de conservação, limpeza imediata, limpeza interna profunda, limpeza externa profunda, lavagem de teto e máquina de lavar trens.
A limpeza entre viagens é realizada por uma equipe de 14 funcionárias, em rodízio, que atuam em trechos próximos às estações terminais. Essa atividade é responsável pela retirada de resíduos deixados pelos passageiros durante as viagens. A rapidez e a eficiência das funcionárias estão aliadas a instrumentos específicos utilizados para esse trabalho. Um exemplo é a "vassorinha" adaptada com cabo longo e a pá portátil denominada "bituqueira". Em casos específicos, como vômito ou líquidos derramados, é utilizada serragem para facilitar o recolhimento do detrito (a serragem fica armazenada em um compartimento da pá).
Outra modalidade é a limpeza imediata, que tem duração de 15 minutos e é executada diariamente para os trens que não estão programados para outras modalidades de limpeza.
Na estação Vila Madalena é freqüente observar um trem estacionado em uma das vias, já que esse é um dos locais onde ocorre a limpeza interna de conservação dos trens. Por dia são limpos oito composições; para execução desse serviço 10 pessoas se revezam para faxinar bancos, vidros, paredes, piso, cabine, pega-mão e lateral.
A limpeza interna profunda exige um total de 18 pessoas por trem. Os itens dessa modalidade são semelhantes ao da limpeza interna de conservação, só que mais meticulosa e com o acréscimo da limpeza do teto. O trabalho é tão minucioso que as frestas das janelas são limpas com escovas de dentes, os cantos das portas com pequenas hastes de madeira e as cabines recebem atenção especial. Por isso, o tempo gasto para executar todo o serviço é de 1h40.
Responsável por deixar a lataria de aço inox dos trens brilhando, a limpeza externa profunda também é realizada nos pátios com periodicidade semanal. Sete pessoas estão envolvidas nessa atividade, que envolve a limpeza lateral dos carros, dos vidros externos e da máscara frontal.
Nem o teto dos trens escapa, ele passa por uma limpeza rigorosa. Na lavagem de teto, o responsável prepara o produto, sete funcionários espalham o detergente alcalino em toda a extensão do carro e depois esfregam com vassoura. Essa ação é repetida várias vezes nos seis carros até o enxagüe e a duração desse processo é de quatro horas.
Para completar há mais uma etapa, onde os trens passam pela máquina de lavar, uma espécie de lava-rápido. A máquina é composta por escovões laterais e superior, que auxiliam na retirada de resíduos acumulados por um período de dez dias e deixados nos processos de lavagens externas. Por mês, são utilizados, durante essas lavagens, 10 galões de 20 litros de um shampoo especial.
Programação dos trens
Anterior ao processo de limpeza, é realizada a programação dos trens pelo controlador de torre nos pátios. Nessa agenda, está prevista a quantidade de trens que passará pela limpeza e qual a modalidade que será executada.
Em paralelo a essa programação, o supervisor de linha operacional, responsável pela limpeza no pátio, coordena as atividades operacionais relacionadas à Operação, como priorizar trens para a limpeza.
Em geral, são 10 limpezas internas profundas por dia, cinco de dia e cinco à noite. A profunda externa e a de teto são executadas uma vez por semana. Em paralelo a essa programação, o supervisor de operação coordena as prioridades dos trens para operação ou para manutenação.
O próximo passo fica por conta do controlador de serviços de tráfego, que acompanha a limpeza e avalia a qualidade do serviço.<
09/26/2006
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