Militares mortos no Haiti são homenageados



Os 18 militares brasileiros mortos no último dia 12, durante o terremoto que vitimou centenas de milhares de pessoas no Haiti, foram homenageados em solenidade póstuma na tarde desta quinta-feira (21), na Base Aérea de Brasília. A cerimônia de honras fúnebres foi acompanhada pelos familiares das vítimas, por representantes dos três Poderes - entre eles o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de todo o corpo de ministros; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; e os presidentes do Senado e da Câmara, José Sarney, e Michel Temer - autoridades militares e religiosas.

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Na ocasião, as famílias dos militares, membros da Missão das Nações Unidas (ONU) para a Estabilização do Haiti, receberam do comando do Exército a Medalha do Pacificador com Palma post mortem. Trata-se de condecoração "concedida a militares brasileiros que, em tempo de paz, no exercício de suas funções ou no cumprimento de missões de caráter militar, tenham se distinguido por atos pessoais de abnegação, coragem e bravura, com risco de vida". Todos os 18 militares também foram considerados promovidos em seus postos ou graduações imediatas.

Ao discursar, o presidente Lula, abatido, homenageou e agradeceu nominalmente a todos os soldados - cujos caixões estavam cobertos por bandeiras do Brasil - por representarem o país na missão diplomática da ONU no Haiti. Lula e a primeira-dama Marisa Letícia se dirigiram ao local reservado aos familiares dos militares para prestarem pessoalmente suas condolências, "em nome da família brasileira".

- Cada um desses homens afirmou durante sua vida a vocação pacífica e solidária da sociedade brasileira - disse o presidente da República.

Já o Comandante do Exército, Enzo Martins Peri, expressou, em nome da corporação, "o mais profundo pesar aos familiares e amigos pela perda dos nossos Capacetes Azuis - Soldados da Paz". O comandante disse que a dimensão humana da tragédia, que atinge todos os brasileiros, o atinge pessoalmente.

- Todos "combateram o bom combate", levando àquela Nação amiga, castigada por violências de diferentes naturezas, o que a gente brasileira mais possui: solidariedade, alegria e esperança.

Após a entrega de todas as medalhas, os Dragões da Independência conduziram os corpos e os familiares às aeronaves que os levariam às suas respectivas cidades - à exceção do Tenente-Coronel Francisco Adolfo Vianna Martins Filho, que vivia em Brasília e será sepultado na capital. 

Reforço

Na próxima segunda-feira (25), a Comissão Representativa do Congresso se reunirá para deliberar sobre mensagem do governo que solicita autorização para aumentar o contingente militar brasileiro. O corpo ministerial encabeçado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, quer mais 900 militares, de imediato, além de 400 de reserva. Atualmente, há 1.300 membros do Exército Brasileiro na Missão das Nações Unidas (ONU) para a Estabilização do Haiti.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ainda nesta quinta-feira que editará medida provisória com objetivo de recursos para os Ministérios das Relações Exteriores, da Saúde e da Defesa. Parte da verba será utilizada em ações de ajuda humanitária ao Haiti.

O terremoto da última semana deixou por volta de 75 mil mortos, 250 mil feridos e um milhão de desabrigados. Ainda não há números oficiais. Já nessa semana, dois tremores de menor proporção, de 6,1 e 4,8 pontos de magnitude, voltaram a atingir Porto Príncipe. O tremor do dia 12 atingiu 7 pontos na escala Richter.

Faleceram ao todo 21 brasileiros, entre eles a médica brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, diplomata Luiz Carlos da Costa.

Raíssa Abreu / Agência Senado



21/01/2010

Agência Senado


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