MÍNIMO PODE TER PISO E AUMENTOS PARCELADOS AO LONGO DO ANO, DIZ ACM



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, revelou nesta quarta-feira, dia 22, que desde o início da semana vem debatendo com o governo a fórmula para elevar o salário-mínimo acima dos valores inicialmente cogitados pela área econômica. E admitiu que uma solução satisfatória pode estar próxima. O novo salário-mínimo teria um piso, que ele propõe seja algo superior a R$ 150,00, e um cronograma de aumentos parcelados que poderia levar essa remuneração para R$ 180,00 até o final do ano, a critério dos estados.
- Um piso nacional de R$ 150,00 acho pouco, mas um piso acompanhado de aumentos parcelados para chegar aos R$ 180 até o final do ano, aí acho uma coisa boa. De qualquer forma, vamos esperar para ver o final - disse Antonio Carlos.
O senador acredita que "agora o governo está agindo bem nesse assunto". E decidiu transferir para a próxima semana o discurso que faria hoje a respeito do tema, a fim de aguardar a conclusão dos entendimentos e o anúncio da decisão. Ele entende que a fórmula cogitada poderá ser "uma grande vitória dos que lutaram pelos R$ 180". E acrescentou: "Vamos ver como sai; se não sair, direi que não é uma vitória e reclamarei".
A transferência para os estados da decisão de elevar o mínimo além do piso nacional poderá aumentar as desigualdades regionais em alguns áreas, admitiu Antonio Carlos. "A tendência talvez seja essa, mas apenas em alguns municípios e estados mais pobres", explicou.
- Mas aí vamos usar o mecanismo do fundo de combate à pobreza nessas áreas mais pobres; por isso não vamos permitir que o dinheiro da pobreza vá para isso (aumento do salário-mínimo) - destacou.
Antonio Carlos lembrou que o piso salarial nacional hoje, utilizado na área federal, é de praticamente R$ 300. E disse acreditar que a maioria dos estados - citando nominalmente os exemplos de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco - deverão elevar o mínimo além do piso. Ele enfatizou a importância dos parcelamentos para que se chegue efetivamente aos R$ 180 e considera "errado ficar preso no piso". O valor atual do mínimo é R$ 136.

22/03/2000

Agência Senado


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