Mercadante: não se pode manter o ritmo de aumentos com funcionalismo e aposentadorias
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou nesta quinta-feira (13) que "não se pode continuar com o aumento de despesas com pessoal, como ocorria no período em que o país crescia fortemente e a receita melhorava, nem será possível repor perdas de aposentados e pensionistas, no curto prazo, com o atual cenário de crise".
- É evidente que seria ótimo fazer tudo isso, mas não podemos fazê-lo neste momento - disse o senador.
Na opinião de Mercadante, o governo federal precisa concentrar seus gastos na manutenção do nível de emprego e no crescimento econômico, "pois será isso que permitirá, em um futuro próximo, melhorar tanto os salários do funcionalismo público quanto a vida de aposentados e pensionistas".
- O governo precisa investir mais e, ao mesmo tempo, diminuir os gastos correntes. Fora disso, é demagogia - declarou ele.
O presidente da CAE fez esses comentários um dia após a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovar, em decisão terminativa, uma proposta que prevê correção anual para aposentadorias e pensões pagas pela Previdência Social. A CAS aprovou substitutivo a projeto de lei (PLS 58/03) de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) que ainda será analisado pela Câmara dos Deputados.
Compulsório
Mercadante também defendeu, nesta quinta-feira, a ampliação, pelo governo, da liberação dos depósitos compulsórios (percentual dos depósitos à vista feitos nos bancos, que devem obrigatoriamente ser retidos no Banco Central). O senador argumentou que isso é necessário para "irrigar" a economia - ou seja, aumentar a liquidez - porque, segundo ele, "o crédito não está chegando na velocidade necessária, especialmente para micro e pequenas empresas".
- No caso do crédito, é melhor o governo errar para mais do que para menos - afirmou.
O senador concedeu entrevista ao sair de audiência pública na qual os economistas Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), discutiram com senadores a crise financeira internacional e seus efeitos sobre a economia brasileira.
13/11/2008
Agência Senado
Artigos Relacionados
Delcídio diz que aumentos do funcionalismo poderão ser mantidos em função da arrecadação
CAS irá manter ritmo acelerado de votações, afirma Jayme Campos
Ritmo de crescimento da indústria deve se manter baixo no início de 2011, diz CNI
Casildo diz que Congresso deve manter ritmo de trabalho em ano de Copa e eleições
Senadores esperam manter ritmo intenso de trabalho no segundo semestre
MÍNIMO PODE TER PISO E AUMENTOS PARCELADOS AO LONGO DO ANO, DIZ ACM