Ministro da Educação quer tempo integral no ensino fundamental



O ministro da Educação, Cristovam Buarque, afirmou nesta terça-feira (1) que pretende estabelecer horário integral para as escolas de ensino fundamental até 2010, com previsão de investimento anual de R$ 2 bilhões. Em resposta ao senador Demostenes Torres (PFL-GO), durante audiência pública na Comissão de Educação (CE), explicou que, com a ajuda do Congresso Nacional e mais recursos para investir, a meta pode ser alcançada até antes de 2010. O ministro lembrou que no mundo inteiro a escola é integral e que crianças de classe média, que estudam em escolas particulares, costumam ter complementação educacional com cursos de línguas e esportes.

Ainda respondendo a questionamentos de Demostenes Torres, o ministro observou que, se toda escola pública for de qualidade, atendendo os brasileiros desde os quatro anos de idade, a concorrência para universidade pública não será de renda e sim de capacidade. Na sua opinião, a universidade pública brasileira pode ser considerada elitizada porque, uma vez diplomado, o universitário não tem preocupação de servir ao país.

Em resposta ao senador Leonel Pavan (PSDB-SC), Cristovam Buarque explicou que o calendário escolar é descentralizado, dependendo das decisões de cada cidade e que, portanto, é preciso haver um debate maior para que esse calendário não atrapalhe os eventos turísticos, causando problemas para a economia de cidades que têm nesse setor sua maior fonte de renda.

O senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) perguntou ao ministro sobre as dificuldades de acesso ao ensino médio. Cristovam defendeu um programa nacional para o ensino médio e mais recursos federais, ainda que a execução fique a cargo dos governos estaduais. O ministro também se posicionou favoravelmente sobre a criação de mais escolas federais e a destinação de vagas das universidades públicas para alunos de escolas do governo. À senadora Ideli Salvatti (PT-SC), Cristovam explicou que, para os projetos de alfabetização tocados por sua pasta, está recorrendo a programas já existentes, como o Comunidade Solidária. Disse também que novas formas de conseguir recursos para o ensino infantil e médio estão sendo estudadas.

A senadora Fátima Cleide (PT-RO) questionou o ministro a respeito do grau de atenção que estão recebendo os demais trabalhadores do setor educacional. Cristovam garantiu que todos os trabalhadores da educação merecem atenção, sem diminuir a responsabilidade do professor. Para Cristovam, cada profissão tem sua especificidade e é preciso elevar a auto-estima de todas.

Em resposta ao senador Aelton Freitas (PL-MG), o ministro informou que está -praticamente aprovada a liberação de contratações para preenchimento de cargos de professores e pessoal nos hospitais universitários-.



01/04/2003

Agência Senado


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