Ministro da Saúde culpa as chuvas
Ministro da Saúde culpa as chuvas
O ministro da Saúde e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, disse ontem que o aumento de casos de dengue "preocupa", mas que deixará o ministério certo de que fez o bastante. Segundo ele, o combate à doença não teve resultados melhores por causa das chuvas, do clima, e do descaso de algumas prefeituras em períodos eleitorais.
Além disso, Serra afirmou que o número de casos de dengue no próximo ano será muito menor que o deste ano, devido às medidas que já estão sendo implementadas. O ministro não escondeu seu lado supersticioso e, ao listar cada vitória, batia três vezes na mesa de madeira. "Vai que amanhã aparece um caso de cólera", explicou.
Os casos de dengue no Rio resultarão em uma notícia-crime contra Serra e o prefeito do Rio, César Maia (PTB). A medida será apresentada pelo Sindicato dos Médicos do Rio ao Ministério Público Federal na próxima segunda.
O sindicato acusa o ministro de homicídio culposo, condescendência criminosa e contribuição para propagação de doenças.
Surto de dengue ameaça Carnaval do Rio de Janeiro
Sindicato dos Médicos desaconselha a visita de turistas, mas governo local critica o apelo
A Secretaria Municipal de Turismo instruiu os hotéis e agências de viagens da cidade a recomendar aos turistas que visitarem o Rio no Carnaval o uso de repelentes contra mosquitos, para evitar que sejam contaminados pelo vírus da dengue.
O SinMed (Sindicato dos Médicos do Rio) já divulgou uma nota em que fazia um apelo para que turistas não visitem a cidade durante o Carnaval.
Segundo os secretários municipais de turismo e saúde, a nota do sindicato da saúde é alarmista. O secretário municipal de Saúde, Ronaldo Cezar Coelho, considera "de um alarmismo exagerado"a posição do SinMed. "Não há com o que se preocupar. Os pontos turísticos da cidade têm poucas notificações da doença", disse.
Para o secretário municipal de Turismo, José Eduardo Guinle, "os focos de dengue estão muito distantes dos lugares frequentados pelos turistas".
De acordo com boletim divulgado pela própria prefeitura, em Copacabana, um dos principais pontos turísticos da cidade, há 84 notificações de dengue desde janeiro. Em toda a cidade, foram registrados 4.912 casos.
Guinle afirmou que tem sido feito um trabalho permanente de combate à dengue no Sambódromo. Ele disse também que a posição da secretaria é de "alertar, sem criar pânico e alarme".
Apesar das críticas, o sindicato dos médicos continua defendendo sua posição. "Estamos fazendo a nossa parte", disse o diretor do departamento jurídico do SinMed, Júlio Noronha. Segundo ele, é obrigação ética de todo médico "informar e alertar a população em situações como a de epidemia descontrolada que acontece atualmente no Rio".
A superintendente de Saúde Coletiva do Estado, Yolanda Bravin, disse que "ter dengue não é um privilégio do Rio. Há outros municípios com a mesma proporção de casos".
Yolanda afirmou que providências estão sendo tomadas para diminuir o número de vetores no Estado até o Carnaval. "Ninguém deve deixar de vir ao Rio por causa da dengue", disse.
Deputado duvida da confissão de possíveis seqüestradores
Secretaria de Segurança de São Paulo nega que suspeitos tenham confessado o crime
O deputado federal do PT Luís Eduardo Greenhalgh declarou ontem que os detidos pela polícia como suspeitos pelo seqüestro e assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, ainda não confessaram o crime. O deputado não acredita que, como diz a polícia, o caso esteja prestes a ser elucidado. O petista considera precipitado afirmar que os reais assassinos do prefeito estão presos.
As prisões dos sete suspeitos aconteceram após a polícia localizar o provável cativeiro de Daniel, na favela Pantanal, região onde moram.
Eles teriam confessado o crime, segundo policiais que acompanharam os depoimentos. A informação foi negada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Foram encontrados no suposto cativeiro um canhoto de seguro com a assinatura de Celso Daniel e os documentos de uma Blazer verde, que teria sido usada no seqüestro.
O empresário Sérgio Gomes da Silva, que estava com Celso Daniel quando ele foi seqüestrado na noite do dia 18 de janeiro, esteve ontem no Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) e não reconheceu nenhum dos suspeitos que estão presos.
Mesmo sem serem reconhecidos pelo empresário os seis suspeitos vai continuar detidos porque a polícia diz que há indícios de que eles estejam envolvidos no caso.
Daniel foi seqüestrado no último dia 18 na Zona Sul de São Paulo, após sair do restaurante Rubaiyat. Seu corpo apareceu baleado no dia 20, em uma estrada de Juquitiba, na Grande São Paulo.
Os seis suspeitos presos moram na região da favela Pantanal, em Diadema. Foi aí que a polícia descobriu um cativeiro, que pode ser o do prefeito assassinado: no local foi encontrado um canhoto de conta com o nome de Daniel. Além da correspondência, no cativeiro da favela também foi encontrado documento de uma Blazer, que a polícia encontrou no último dia 22, queimada (um dos carros usados no seqüestro do prefeito era uma Blazer).Outras pistas anteriormente divulgadas também não deram em nada.
Brasil tem o maior crescimento em telefonia da América Latina
Capacidade instalada é de 47,8 milhões de aparelhos fixos. 61% da classe D já possui telefone
Um balanço feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostrou que o serviço de telefonia brasileiro, tanto móvel quanto fixo, é o que mais cresce na América Latina. Segundo o presidente da Anatel, Renato Guerreiro, em 2000, havia 38,3 milhões de telefones fixos instalados no país. Em 2001, esse número saltou para 47,8 milhões.
"Um dado interessante é que as pessoas das classes mais baixas também estão instalando telefones em suas residências. Na região da Telemar, a chamada Região I, por exemplo, em 1997, apenas seis por cento das pessoas da classe D tinham telefones em casa; no ano passado, este número aumentou para 61%", revelou.
O relatório aponta também um grande crescimento na instalação de telefone públicos. Em 2000, eram 900 mil orelhões; em 2001, foram instalados 500 mil a mais. "A nossa meta é alcançar, até 2005, 1,6 milhão de orelhões instalados", afirmou Guerreiro. Em relação à telefonia móvel, o presidente da Anatel disse que o setor vem se ampliando por causa do aumento do número de operadoras e, conseqüentemente, da concorrência.
Guerreiro espera que, em 2005, haja no país 58 milhões de usuários de telefone celular. De acordo com o balanço da Anatel, havia, no fim de 2001, mais de 28,5 milhões de usuários.
"Ao compararmos o nosso serviço móvel com o de outros países, estamos em sétimo lugar em número de usuários. Em 1994, era uma margem de meio celular para cada grupo de cem pessoas, hoje temos 17 para o mesmo grupo. É um salto fantástico", observou. A grande maioria dos clientes do serviço móvel optou pelo pré-pago: são 68% pré-pago, contra 35% pós-pago.
Falta trabalhador qualificado no DF
Restaurantes, hotéis e diversas outras empresas procuram o Senac solicitando alunos para empregar
Está difícil conseguir emprego". A frase é constantemente pronunciada por candidatos a uma posição no mercado de trabalho. Se, para eles, faltam oportunidades, quem tem atividade teme perdê-la e ficar à deriva. O que os profissionais parecem desconhecer é a existência de centenas de vagas à espera de gente qualificada para ocupá-las.
É emprego imediato. Basta passar os olhos nas listas de oferta de agências e an úncios para perceber que há ótimas chances por aí. Boa parte delas está na área técnica e, em certos casos, o requisito é apenas o Ensino Fundamental.
"Chegue com um bombeiro hidráulico para ver se ele fica desempregado", cita Adriano Augusto Silva, gerente de atendimento ao empregador da Subsecretaria de Emprego e Renda, da Secretaria de Trabalho, Direitos Humanos e Solidariedade do Distrito Federal.
A lista de ofertas da Bolsa de Emprego que ele apresenta é vasta: pintor em balancim, técnico de segurança do trabalho, operador de retroescavadeira e de máquina de terraplanagem, manicura, cabeleireira, costureira. Há espera por todos esses profissionais. Só para costureiras 36 vagas foram anunciadas no domingo pela secretaria.
Os salários vão além do que se supõe. "Um cozinheiro de nível três (cozinha internacional) chega a ter salário de R$ 4 mil", diz Silva. Segundo ele, os mais requisitados são especialistas em comida japonesa.
De tanto esperar por candidatos do DF, o gerente procurou em outros estados pessoas para ocupar vaga de confeiteiro de doces finos. Incluindo hora extras, a possibilidade de ganho era de R$ 3,7 mil. Mesmo assim, a vaga ficou ociosa.
No Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial no DF (Senac) essas necessidades são confirmadas. "Restaurantes, hotéis, motéis e diversas outras empresas nos procuram solicitando alunos para empregar", diz Sônia Pérez Faria, gerente do Núcleo de Desenvolvimento de Projetos.
Ela afirma que para a área de imagem pessoal (a exemplo de manicura e pedicura), os estudantes formados pelo Senac não são suficientes para atender o mercado. Em alta também garçons, com possibilidade de ganhos de R$ 1,2 mil.
"Quem aposta em montagem, configuração e manutenção de micros, além de elaboração de páginas na Internet, já sai do curso contratado", diz a coordenadora de Informática do Senac-DF, Luciania da Silva.
Desde o dia sete passado a instituição tem vagas abertas em cursos de qualificação, uma das maneiras mais simples para quem tem até o nível médio de ensino conseguir ingressar no mercado de trabalho.
Controlador da Transbrasil sai na quarta
O mistério em torno do nome do grupo que controlará a Transbrasil não foi esclarecido. O novo presidente da companhia, Michel Tuma Ness, assumiu o cargo na sexta-feira sem revelar quem serão os novos donos da empresa.
O nome do empresário foi aprovado pelo novo Conselho de Administração da Transbrasil, formado durante tumultuada Assembléia Geral Extraordinária de acionistas. Ness garante que até a próxima quarta-feira revelará o nome dos investidores, quando os recursos anunciados estarão disponíveis.
O empresário confirmou que a Transbrasil receberá aportes de US$ 25 milhões e de US$ 200 milhões numa segunda etapa, sem revelar a origem dos recursos. Segundo ele, a Transbrasil nem sequer foi vendida ainda. "Não quero atrapalhar as negociações. Ainda não existe a troca de controle acionário. A família Omar Fontana continua com 76% das ações", garantiu.
Artigos
Moda fora de moda
Paulo Pestana
A imprensa brasileira é uma das mais liberais do mundo na incorporação de novos vocábulos e expressões, contribuindo para aumentar a vida da língua portuguesa, uma vez que palavras da rua cheguem rapidamente a um maior número de pessoas. Nem mesmo os norte-americanos, que adoram uma contração linguística, contam com tanta colaboração. Mas esta liberdade vem sendo esgarçada ultimamente. A permissividade da imprensa tem permitido uma verdadeira invasão de palavras estrangeiras, o que é diferente das expressões que surgem do exercício popular da língua.
Pode-se argumentar que os estrangeirismos – embora considerados vício de linguagem – alimentam a transformação das línguas em todo o mundo, ainda mais nesses tempos de comunicação em tempo real e de transformações comportamentais tão grandes. É o caso da informática, que tem contribuído com dezenas de palavras novas, muitas vezes traduções diretas (e, portanto, erradas), e dos profissionais de administração de empresas que, insatisfeitos com os verbos já existentes na língua portuguesa, torcem substantivos e criam monstros como "consensar" para substituir concordar, acordar, acertar, compor.
O caso mais recente de estupro da língua ocorreu esta semana quando alguns jornais começaram a publicar a palavra fashionista para designar a pessoa que trabalha com moda. Ou seja, aposentaram o velho e bom modista, talvez porque fashionista seja modista de gente chique e modista seja fashionista do resto de nós, quase bregas. Chegamos, pois, ao fim da picada: a palavra moda saiu de moda. E vamos direto ao inglês, sem adaptação: fechion fica feio, fexiom pior; mantemos o fashion original e nem macacos de imitação somos mais.
O risco do termo fashionista se espalhar é enorme. Palavras são como vírus, se alimentam de água limpa e a imprensa funciona como transmissor. Foi assim com "defenestrar", galicismo perdido nos volumes do dicionário Laudelino Freire, desperto para uma crônica de Veríssimo, que comentava o estranho fato de uma palavra significar "jogado pela janela". Bastou para que os jornalistas adotassem a palavra, a empregando em situações menos exatos que o estreito sentido original.
Renovar o uso de velhas palavras, resgatar vocábulos, tirar a poeira de dicionários é uma função útil da imprensa. Assim como a incorporação de gírias e expressões populares. Mas esses limites devem ser respeitados para que o leitor não fique entre o coloquialismo que marca a linguagem das ruas e alguma sanha circuncisflautina – a propósito, circuncisflautino é o sujeito que gosta de falar difícil.
Colunistas
CLÁUDIO HUMBERTO
O senador e sua moto Harley
Ao completar 51 anos no último dia 29, o senador tucano Teotônio Vilela Filho (AL) comemorou também o primeiro aniversário de sua reluzente moto Harley Davidson preta. Ela custou R$ 43 mil e foi “rateada” entre empresários amigos, a pedido do conterrâneo Luiz Otávio Gomes da Silva, atual presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil. Silva não esconde dos mais íntimos a missão coroada de êxito.
Evasão de divisas
A agiotagem internacional encheu as burras mais uma vez, em 2001. O governo federal gastou no ano passado, com juros e encargos da dívida externa, R$ 52,8 bilhões. É quase o mesmo da soma dos investimentos em Educação (R$ 16,9 bilhões), Saúde (R$ 25,2 bilhões), Trabalho e Emprego (R$ 11,6 bilhões). Os números foram extraídos do Siafi.
ACM Corleone
“Dom Carlos Corleone” é o sugestivo título do livro que o jornalista baiano Francisco Alexandria apronta sobre ACM. Ao contrário de “Memória das Trevas”, de João Carlos Teixeira Gomes (Geração, SP, 800pp.), não é uma autobiografia, mas uma devassa na vida do babalaô.
Ordens superiores
Roseana Sarney está segura que terá uma parte importante do PMDB na sua campanha. Por conta disso já deu ordem aos diretórios do PFL na Paraíba e Alagoas para que apóiem as candidaturas de Ney Suassuna e Renan Calheiros aos governos locais. Não por acaso, são os dois peemedebistas com maior trânsito com o pai da candidata, José Sarney.
Quibe laranja
Antônio Celso Cipriani, dono da Transbrasil, trocou laranja pelo quibe: Michel Tuma Ness, novo laranja da companhia aérea, era proprietário de uma pequena agência de turismo em São Paulo, a Status, no 35º andar do Edíficio Itália, no desvalorizado centro velho de São Paulo. Quebrou. Agora diz que vai investir US$ 100 milhões na Transbrasil. Humm...
Baixaria portenha
Escândalo no society de Buenos Aires: rico empresário local, sessentão, procurou a embaixada brasileira para se queixar de chantagens do ex-amante – um conhecido decorador, parente de um senador tucano, que, inconformado com o fim do relacionamento, ameaça dar entrevista coletiva no hall do chiquérrimo Hotel Alvear, de 6 estrelas. Os diplomatas brasileiros não sabem o que fazer, mas se divertem com a baixaria...
Queixa canadense
O embaixador do Canadá no Brasil, Jean-Pierre Juneau, é um pote até aqui de mágoas com a imprensa brasileira, que considera “tendenciosa” na cobertura do contencioso entre a Embraer e a Bombardier. Segundo ele, a imprensa brasileira nunca ouve o outro lado da guerra comercial.
Rixa de mulher
Não coloquem frente a frente a futura ministra da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, e Roseana Sarney. A presidenciável do PFL pediu a cabeça de Maria Helena duas vezes a FhC. Em 1998 e em 99, Maria Helena, como presidente do Inep, conduziu auditoria no censo escolar que constatou matrículas fantasmas em vários estados, principalmente no Maranhão.
Faça o que digo...
Dono de quadro no “Fantástico” em que dita regras sobre cuidados com a saúde, o médico Dráusio Varela tem sido visto caminhando à beira-mar, no Rio, pelas 13h. Exatamente o horário mais perigoso para o desenvolvimento de câncer de pele.
Pegar ou largar
A Brasil Telecom pode espernear à vontade, mas a Anatel não deve atender seu pedido para reajustar a tarifa do celular acima da média (9,9%) já concedida ao mercado. Se ceder aos apelos da Brasil Telecom e de outras três operadoras de telefonia móvel, abre precedentes para que outras empresas peçam a revisão dos índices.
Cansado de guerra
O reitor da UFRJ, José Henrique Vilhena, o único das universidades federais que não foi eleito pelo voto, cansou da liturgia do cargo e resolveu cruzar os braços. Transferiu à superintendente geral de pessoal, Sandra Nogueira Leão, “as tarefas de assinar portarias de nomeação, aposentadoria, pensão” etc e até os atos de contratação de professores.
Ressaca eleitoral
Que porre. Depois de inventar a “número 1” Roseana, o marqueteiro Nizan Guanaes agora deve atacar de Serra, “o Engov”.
Máfia é máfia
A polícia poderia estender a investigação do assassinato do promotor Francisco Lins do Rego à máfia dos combustíveis em São Gonçalo (RJ). Um pistoleiro local, além de autoridade no município, tem munição de alcance interestadual.
Acusando o golpe
Lula ficou muito impressionado com o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. Aos amigos que o advertem para o imobilismo de sua candidatura, a conversa é uma só, emoldurando o olhar vago:
– Eu apenas queria entender por que mataram o Celso...
Doença generalizada
Dossiê na Polícia Federal revela ser fruto de roubo grande parte dos medicamentos e material hospitalar de prefeituras fluminenses. Envolve políticos e um grande fornecedor, que andou nas primeiras páginas dos jornais, recentemente. A gangue revende carga roubada nas estradas, sobretudo em Minas, e as prefeituras compram, com dinheiro do SUS.
Poder sem pudor
Só uma perguntinha
Mal-humorado, sobretudo com jornalistas, Jânio Quadros também era intolerante com burrice. Certa vez, um repórter se aproximou:
– Presidente, posso lhe fazer uma pergunta?
Rápido no gatilho, Jânio foi curto e grosso:
– Qual é a segunda?
Editorial
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Burocracia mata. A barafunda de papéis, ordens e contra-ordens não apenas emperra o serviço público, mas pode ser letal. O caso mais recente é o da volta das epidemias, iniciada pela dengue, possível porque o governo federal transferiu responsabilidades aos estados e municípios mas não cobrou eficiência, não acompanhou a aplicação da verba liberada.
Um dos maiores avanços da política brasileira em todos os tempos foi a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Esta mesma Lei deveria servir de inspiração para uma outra, mais importante ainda, que responsabilizaria o gestor público por tragédias que poderiam ser evitadas, como as recentes mortes em deslizamentos de morros e a epidemia de dengue que ataca vários estados.
A sociedade deve cobrar do homem público suas responsabilidades, principalmente quando estas envolvem a vida de cidadãos. O Brasil deve parar de enxergar essas tragédias como fatalidades e encarar o problema como sendo de gestão de recursos públicos, de erro na destinação do dinheiro de todos.
É hora da sociedade mudar a forma de encarar a nação, exigindo das pessoas que exercem o poder que honrem seus mandatos, concedidos pelo voto dos próprios cidadãos. É hora dos poderosos vestirem a roupa de verdadeiros servidores públicos.
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03/03/2002
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