Ministro do Esporte diz que devolveu tudo o que gastou com cartão corporativo
O ministro do Esporte, Orlando Silva, afirmou nesta terça-feira (8), em audiência na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos, que decidiu devolver à União o valor total dos gastos que fez com cartão corporativo - R$ 34.378,37, referentes a gastos entre 2006 e 2007. O dinheiro foi retirado da própria poupança, afirmou o ministro, e pago em três parcelas.
Orlando Silva afirmou que decidiu tomar essa atitude devido à "indignação" que sentiu diante da "escalada crescente de ataques" com informações truncadas sendo oferecidas à opinião pública sobre suposto uso irregular de cartão corporativo por parte dele.
- Era uma escalada na distorção de informações que envolviam minha reputação, minha honra, minha família- afirmou.
O ministro informou que mesmo o "famoso caso da tapioca", que "ganhou espaço folclore político nacional", já havia sido detectado pelo controle interno do ministério antes de ser publicado na imprensa. Orlando Silva disse que, quando as reportagens foram publicadas, já havia recolhido aos cofres do governo os R$ 8,30 gastos em 29 de outubro de 2007 na Tapiocaria Maria Bonita.
Segundo o ministro, o engano ocorreu porque, na hora de pagar a conta, confundiu o cartão corporativo com o particular. A irregularidade, destacou o ministro, é que esse tipo de despesa não poderia ter sido paga em Brasília com cartão corporativo do governo, que só pode ser usado em viagens. Ao ser questionado pelo relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), o ministro disse que em três outras vezes se enganou também, mas no sentido inverso, tendo pagado gastos públicos com o próprio cartão.
Orlando Silva destacou que os gastos dele com cartão corporativo são públicos, constam no Portal da Transparência e já foram auditados por órgãos como Controladoria Geral da União, Ministério Público e Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro informou também que, desde que assumiu a pasta, em maio de 2006, o cartão de crédito corporativo é o único método de suprimento de fundos do Ministério do Esporte.
O ministro garantiu que só usou o cartão para pagamento de despesas de transporte, hospedagem e alimentação em viagens e, também em resposta a questionamento do deputado Luiz Sérgio, que nunca fez saques em dinheiro. Segundo Orlando Silva, reportagens que o apontavam como responsável por saques em dinheiro foram desmentidas.
- O cartão foi usado exclusivamente no cumprimento de agendas de trabalho - garantiu.
Sobre outras supostas irregularidades encontradas, informou que usou o cartão para pagar a hospedagem da mulher, da filha e da babá, que o acompanharam em uma viagem de trabalho. Mas como o cartão não pode ser usado para pagar despesas de terceiros, o erro já havia sido percebido pelo controle interno e o valor ressarcido aos cofres da União antes mesmo de as denúncias serem publicadas na imprensa.
08/04/2008
Agência Senado
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