MIRANDA CRITICA IGNORÂNCIA SOBRE A AMAZÔNIA



A partir de estudos e pesquisas que revelaram dezenas de novas espécies de animais e plantas nos últimos sete anos e que foram publicados pela revista Veja, o senador Gilberto Miranda (PFL-AM) criticou o desconhecimento que ainda existe sobre o que seja a Amazônia. "No caso da Amazônia, o infinito de nossa ignorância adquire proporções assustadoras, uma vez que o valor infinitesimal de nosso conhecimento sobre a região significa nada, ou quase nada, na rota histórica da ciência rumo ao domínio da natureza", avaliou o senador.

De acordo com Miranda, a floresta amazônica abriga entre 5 milhões e 30 milhões de plantas diferentes e somente 30 mil foram devidamente catalogadas até o momento. "A impressão que se tem é que tudo se engatinha quando se trata do mapeamento da área amazônica. Das 30 mil espécies de hoje até os 5 milhões de amanhã, há ainda muito chão a percorrer e muita biologia a descrever, supõem os botânicos mais otimistas", afirmou.

Em relação à fauna, o senador explicou que a diversidade é tão grande quanto a flora. Segundo ele, há mais de 300 espécies de mamíferos circulando pelo ecossistema amazônico, compreendendo os bichos mais simpáticos aos mais inóspitos. "Enquanto, na primeira categoria, qualquer turista se estarreceria com a beleza selvagem da onça-pintada, do lobo-guará, do tamanduá-bandeira ou do boto-cor-de-rosa; na segunda, se espantaria com os hábitos nada convencionais da preguiça, da ariranha ou da suçuarana", explicou.

Destacando o papel crucial da recentemente sancionada lei ambiental, Gilberto Miranda condenou as práticas criminosas de atear fogo à floresta para o plantio de pastagem e o corte indiscriminado de árvores para a comercialização clandestina de madeira.

- Como bem se observa, a partir do momento em que a lei entrar em vigor, a floresta amazônica poderá respirar com menos insegurança quanto a sua sobrevivência. Porém, mais do que o poder coercitivo e penal da lei, o que importa aqui é o caráter civilizador, didático-pedagógico, que ainda deve ser realçado como pano de fundo de todo o projeto normativo do meio ambiente nacional - argumentou o senador.

Para Miranda, se no domínio da moralidade, dos costumes e dos valores nacionais a preservação do meio ambiente não prevalecer na consciência do cidadão brasileiro, de nada adiantará todo o esforço do estado em regulamentar o relacionamento do cidadão brasileiro com a natureza do país.



16/04/1998

Agência Senado


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