MIRANDA EXALTA OPERAÇÃO CONTRA A DEVASTAÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA



O senador Gilberto Miranda (PFL-AM) fez um apelo ao governo federal para que dê continuidade a ações de fiscalização na Amazônia como a Macauã II, operação de repressão ao desmatamento indiscriminado na floresta desenvolvida pelo IBAMA, Polícia Federal e Forças Armadas. Ele informou que, de 22 de maio até meados de agosto, o IBAMA já havia apreendido 65 mil metros cúbicos de madeira, 400 caminhões e 20 tratores nos estados da Amazônia Legal. Informou também que as multas por exploração, transporte ou comercialização de madeiras ilegais renderam mais de um milhão de reais: - Ações como essa, que flagrou o maior esquema de produção para o mercado clandestino do mogno no país, precisam ser constantes na floresta amazônica - defendeu. O êxito até agora obtido pela operação Macauã II comprova que é possível fiscalizar a floresta, coibir o desmatamento clandestino e controlar as atividades econômicas dos índios, impedindo sua manipulação por predadores ambientais nacionais ou estrangeiros.O senador esclareceu que a operação Macauã II, que termina em dezembro, além de possuir dimensões até então inéditas no Brasil, conta com a nova Lei Ambiental - que pune os infratores com pesadas multas. Segundo Gilberto Miranda, os prejuízos agora podem ser muito maiores do que os possíveis lucros, pois os madeireiros clandestinos estão tendo apreendidos não só a madeira mas também os equipamentos encontrados nas áreas de exploração irregular. Gilberto Miranda destacou que ninguém desconhece que a devastação da floresta amazônica não acontece por acaso. Ela é feita, afirmou, por encomenda de madeireiras instaladas na região, muitas delas controladas por grupos procedentes do sudeste asiático, "conhecidos predadores ambientais":- Calcula-se que o desmatamento desordenado que vem ocorrendo na região já tenha degradado cerca de 20% da área da floresta. E o mais grave é que a maior parte desse desmatamento é feita de maneira ilegal e com um desperdício no processamento das toras que chega a 70%, segundo o relatório elaborado em 1997 pela SAE, Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República - afirmou Gilberto Miranda. O senador disse que, "por alguns trocados", agricultores pobres e até índios cortam árvores centenárias de madeira de lei, como o mogno, ou indicam sua localização para os madeireiros. O mais preocupante, em sua opinião, é que, sob a ação das motosserras, tombam não somente as árvores mas também toda a vida em torno delas, com graves conseqüências para biodiversidade do país.

14/10/1998

Agência Senado


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