'Momento merece reflexão e providências', diz Agripino sobre vaias à Dilma



O senador José Agripino (DEM-RN) afirmou, nesta terça-feira (17), que o governo precisa refletir e adotar providências em relação às vaias recebidas pela presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa das Confederações no último sábado (15).

Agripino disse que a presidente foi vaiada "pela maioria esmagadora" dos 65 mil torcedores presentes no estádio. Para ele, a vaia representa uma manifestação de profundo desagrado da classe média com o governo de Dilma.

- Eu tenho uma avaliação: quem estava lá era a classe média! Eram pessoas que podiam pagar o custo daquele ingresso que não era barato. A classe média do Brasil deu um recado com aquela manifestação – disse.

José Agripino explicou que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período entre maio de 2012 e maio de 2013, a classe média teve um aumento de 6% em sua renda contra um aumento de 23,6% em suas despesas.

- É claro, a classe média está agredida, porque está conseguindo comprar menos do que comprava há um ano. O governo tem que existir para todos. É claro que para os pobres, mas também para os médios e para os empregadores. O governo é de todos os brasileiros – disse.

Agripino ressaltou que a classe média brasileira está decepcionada com o governo, já que não vê nenhuma iniciativa consistente no sentido de ver os seus problemas do dia a dia atendidos. Para ele, as decepções constantes em relação à corrupção, segurança pública, educação, entre outros temas, é que levaram à vaia no estádio.

- É uma população que entende que esse governo é bom de inaugurar promessa e muito ruim de entregar obra. Promete o trem-bala e não acontece trem-bala nenhum, promete a recuperação do Aeroporto de Guarulhos, do Aeroporto do Galeão, não acontece nada, do Aeroporto de Brasília, não acontece nada – protestou.

José Agripino observou que o governo brasileiro precisa conquistar a classe média combatendo a inflação, o gasto público de má qualidade e oferecendo ao Brasil condições de competitividade. Para ele, se o governo não agir assim, continuará envergonhando os brasileiros da classe média.

- Há uma onda – como já houve positiva – negativa com relação ao nosso país, e cabe ao governo conter essa onda negativa. E não é com perfumaria, é com atitude corajosa – disse.



17/06/2013

Agência Senado


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