Mozarildo alerta novo governo sobre os riscos de desnacionalização da Amazônia



O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) conclamou, nesta sexta-feira (8), da tribuna do Plenário, o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, a definir urgente prioridade à Amazônia, sob pena de assistir à desnacionalização de todo aquele território, comandada pelo governo dos Estados Unidos. Segundo o senador, sob o pretexto de combater as drogas, o governo norte-americano tem fincado suas bases em todo o território latino-americano, criando sérios problemas para os países da região.

Segundo o senador, o projeto norte-americano montado sob o pretexto de combate às drogas na Colômbia, país que mantém uma fronteira de 1.600 quilômetros de floresta com o Brasil, serviu apenas para inutilizar vastas áreas agrícolas daquele país, com operações de fumigação química que envenenaram as águas e trouxeram sérias conseqüências para a população indígena e o meio ambiente. Não obstante essa operação desastrosa - comentou -, a produção de drogas na Colômbia cresceu 25% nos dois últimos anos.

As conseqüências da ação norte-americana na região são tão graves - observou Mozarildo - que o colombiano Ricardo Vargas Meza, da Ação Andina, considera que o "plano Colômbia" é, na verdade, "um plano para a guerra, a pobreza e o debilitamento do Estado." O senador citou ainda informação de Meza de que um quilo de cocaína comprado na Colômbia por US$ 2 mil dólares é vendido no varejo das ruas de Frankfurt (Alemanha), por US$ 150 mil, o que, assinalou, confere ao narcotráfico "um dos seus melhores momentos".

Para o senador Mozarildo Cavalcanti, o que está ficando cada vez mais evidente, nas ações hegemônicas dos Estados Unidos, é que esse país está pondo em prática não uma campanha contra as drogas, até por que são os norte-americanos os maiores consumidores de drogas ilícitas do mundo (com 1,3 milhão de usuários), mas sim uma estratégia geopolítica de dominação.

A situação, para o senador, torna-se mais grave a partir do momento em que as autoridades brasileiras demonstram impotência diante da ousadia do narcotráfico, como fica evidenciado nos episódios envolvendo o traficante Fernandinho Beira-Mar, que de uma prisão de segurança máxima, em Bangu-I, no Rio, consegue chefiar revolta, mandar matar traficantes de facções rivais e fazer reféns sob ameaça de morte violenta.

Compõe esse quadro de preocupação para a América Latina, o fato de a Colômbia manter ainda 120 mil hectares de plantação de coca (matéria-prima da cocaína) e 17 mil hectares de papoula (matéria-prima da heroína), empregando, nessas plantações, 300 mil agricultores.

Diante desse quadro, comenta Mozarildo, o futuro governo do presidente eleito tem de dar urgente prioridade à Amazônia, sob pena de ver a região transformada num novo Vietnã, com sérias conseqüências para a soberania do Brasil.




08/11/2002

Agência Senado


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