Mozarildo alerta para interesse dos Estados Unidos e Canadá na Alca
O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) pediu, nesta segunda-feira (25), a atenção do Senado, do presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para os verdadeiros interesses dos Estados Unidos e do Canadá na constituição da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Na opinião do parlamentar, a ação desses países em prejuízo de interesses comerciais brasileiros deixa claro que essa será -uma área de livre comércio para eles, mas uma área de comércio negativo para o Brasil-. O parlamentar questionou o fato de que, antes mesmo de o Brasil entrar nesse pacto comercial, já enfrenta -um jogo sujo- conduzido por esses países.
No seu entender, é preciso que -o Senado reaja e que o governo brasileiro se oponha da forma mais enérgica, porque não é possível que um país como o Brasil, que está apenas ameaçando competir com essas potencias de primeiro mundo, seja a toda hora massacrado e esbulhado-. Ele definiu a situação -como um colonialismo dos tempos modernos, com o qual o Brasil não pode concordar-.
Em amparo a seu ponto de vista, Mozarildo referiu-se à ONG americano-canadense que se propôs a pagar a produtores de soja para que eles não plantassem o produto no Brasil. Também se referiu a matérias publicadas nos jornais O Globo e O Estado de S.Paulo, que relatam pressões dos Estados Unidos para que a Colômbia não compre caças Tucanos, produzidos pela Embraer. De acordo com o parlamentar, essa interferência americana fez com que a empresa deixasse de vender à Colômbia 24 aviões de combate por US$ 234 milhões.
O senador referiu-se ainda a matéria segundo a qual o Canadá também faz pressão contra as vendas da Embraer. Ele disse que, por interferência do Canadá, o Brasil poderá perder uma venda de cerca de US$ 600 milhões para a Polônia, relativa a seis aviões, com opção de compra de mais 16 aeronaves, pela empresa estatal polonesa Lot.
Lembrando que esses países desejam o ingresso do Brasil na Alca, o senador pediu que o governo brasileiro reflita muito sobre o assunto, visto que têm sido duros os esforços para fazer esses países respeitarem as regras internacionalmente acertadas com a Organização Mundial do Comércio (OMC).
25/11/2002
Agência Senado
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