Mozarildo apela ao governo para que aumente efetivo das Forças Armadas e da PF na Amazônia



O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) fez, nesta sexta-feira (23), um apelo em Plenário aos ministros da Defesa, José Viegas Filho, e da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para que providenciem, com urgência, o aumento dos efetivos das Forças Armadas e da Polícia Federal na Amazônia. Segundo o senador, a região continua sendo -um verdadeiro emaranhado de rotas e mais rotas- de narcotráfico, de tráfico de armas e de tráfico de mulheres, e os atuais efetivos de militares e policiais federais na região estão muito aquém dos contingentes ideais.

Mozarildo afirmou que as dezenas de rotas estabelecidas pelos narcotraficantes na região compõem o principal corredor de exportação da cocaína produzida na Colômbia, na Bolívia e no Peru, responsáveis por 98% do suprimento mundial da droga. Além disso, registrou, as fronteiras brasileiras na Amazônia são a principal porta de entrada das armas de fogo que abastecem as organizações criminosas do Brasil.

A região seria ainda, de acordo com Mozarildo, o ponto de partida das principais rotas de exportação de mulheres brasileiras para a América do Sul e a Europa. O tráfico de mulheres, acrescentou, utiliza no Brasil 241 rotas domésticas e internacionais, e as aliciadas, na maioria mestiças ou afrodescendentes, têm entre 12 e 24 anos.

O senador qualificou de -chocante- o descaso com que a Amazônia vem sendo tratada por governos sucessivos. A prova mais eloqüente desse descaso, afirmou, é que as três atividades criminosas mais rentáveis do planeta - o tráfico de drogas, o de armas e o de mulheres - encontraram, na região, condições extraordinárias para seu desenvolvimento: -áreas vastíssimas, em especial na fronteira, totalmente carentes de uma vigilância efetiva; uma rede fluvial extremamente capilarizada; impressionante quantidade de pistas de aviação clandestinas - só no Pará, são três mil; forças policiais e militares com contingentes reduzidos, além de portos e aeroportos movimentados, ideais para o escoamento das mercadorias contrabandeadas-.

O aumento do número de militares e policiais não resolverá o problema, segundo o senador, mas o fortalecimento da presença militar e policial na região, associado a ações já implementadas, como o Sistema de Vigilância da Amazônia, inibirá o narcotráfico e inutilizará grande número de rotas aquáticas, terrestres e aéreas. O reforço das fronteiras, acrescentou, na medida em que cria obstáculos ao tráfico de armas, também beneficiará o combate ao crime organizado em outras regiões do país. Mozarildo foi aparteado pelos senadores Almeida Lima (PDT-SE) e Edison Lobão (PFL-MA).



23/05/2003

Agência Senado


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