Mozarildo aponta falta de critérios na distribuição dos recursos do Orçamento



O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) protestou, nesta terça-feira (14), contra o contingenciamento, de acordo com a vontade do presidente da República e de seus ministros, das emendas ao Orçamento da União "que os parlamentares lutam para aprovar". Ele pediu critérios mais isonômicos, justos e impessoais para a seleção.

O senador citou matéria do jornal Correio Braziliense segundo a qual o governo privilegiaria os parlamentares da base na liberação dos recursos, denúncia que estaria sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e disse esperar que a instituição tome providências contra essa "verdadeira caixa preta" que seria a administração das emendas.

- No fim, deputados e senadores são acusados de negociar favores com o Executivo para o atendimento de suas solicitações, e correm até o risco de ver paradas em suas bases obras que dependem das emendas se não votarem com o governo. Isso é uma vergonha. É apequenar a atividade parlamentar. Não tínhamos que negociar nada - protestou.

Mozarildo observou que o montante arrecadado de estados e municípios não é do presidente, e fez um apelo pela aprovação do orçamento impositivo. Apresentada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), a proposta de emenda à Constituição (PEC 565/06) do Orçamento impositivo altera disposições da Carta Magna para tornar obrigatória a programação orçamentária anual. Aprovada no Senado, a matéria tramita na Câmara dos Deputados.

- O Orçamento impositivo está intimamente ligado à própria razão da criação dos Parlamentos no mundo, ou seja, colocar ordem às despesas dos reis, discutir o que se iria arrecadar e como se iria gastar. No Brasil, no entanto, se transferiu essa responsabilidade para um grupo de tecnocratas - criticou.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) concordou que negociar emendas é uma forma de se apequenar. O senador Marcos Guerra (PSDB-ES) disse que as emendas que os parlamentares apresentam hoje são "de ficção", pois apenas uma pequena minoria delas é atendida. Já Heloísa Helena (PSOL-AL) acrescentou que as relações promíscuas que se estabelecem entre Executivo e Legislativo constituem um "propinódromo sofisticado, embora muito safado".

14/11/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


Alvaro aponta ausência de critérios técnicos na distribuição de recursos do PAC

Osmar cobra critérios claros para distribuição de recursos do Orçamento da União

TCU aponta falta de critérios para escolhas de ONGs

Dornelles defende critérios técnicos em distribuição dos recursos do FPE

Vital do Rêgo questiona critérios de distribuição dos recursos do Pronasci

Projeto de Ademir estabelece novos critérios para distribuição dos recursos do FAT