Mozarildo Cavalcanti apoia CPI de Fronteiras
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) manifestou seu apoio à criação da Comissão Parlamentar de Inqúerito (CPI) para investigar as fronteiras brasileiras. A CPI foi proposta pelo senado Marcelo Crivella (PRB-RJ).
Mozarildo pediu o apoio do governo à CPI. Do contrário, afirmou, a CPI não consegue aprovar nada e acaba desmoralizada. Disse que, na condição de presidente da Subcomissão da Amazônia (vinculada à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional [CRE]), fará todo o possível para que seja instalada a CPI. O parlamentar sugeriu aos Poderes instituídos brasileiros a realização de uma operação nacional contra o crime, nos moldes da Operação Mãos Limpas, realizada na Itália há vários anos.
O senador leu trechos de uma reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 15 de maio deste ano, sobre um relatório do serviço de inteligência da Polícia Federal (PF) com data de 28 de abril. Nele, a PF afirma que a guerrilha colombiana, além violar sistematicamente as fronteiras brasileiras, realiza no país muitos de seus negócios, principalmente o narcotráfico.
- O relatório da Polícia Federal contradiz frontalmente o discurso do governo, de que as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia (Farc) não agem no território brasileiro - afirmou o senador.
Mozarildo Cavalcanti relatou, segundo a reportagem, a prisão, em sítio próximo a Manaus, de José Samuel Sanchez e outras sete pessoas. Sanchez, segundo a PF, seria da Comissão de Logística e Finanças da Farc e comandava uma importante rota de tráfico utilizando os rios da Amazônia. De Manaus, a droga seguia para e exterior e para outros estados brasileiros. Os bandidos usavam o Frigorífico Tefé Comércio e Navegação Ltda. como empresa de fachada para encobrir suas operações. No sítio foram ainda encontrados equipamentos sofisticados de comunicação.
O representante roraimense afirmou ainda que o tráfico pelas fronteiras da Amazônia já era denunciado em reportagem publicada em 2008 pelo jornal O Globo. Citou também a morte em combate de dois policiais federais na fronteira, no último dia 17. Mozarildo lamentou que, mesmo com o assassinato dos policiais em serviço, o governo não se posicionou sobre a questão das fronteiras brasileiras.
29/11/2010
Agência Senado
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