MOZARILDO CAVALCANTI ESPERA QUE ESTADOS MAIS CARENTES TENHAM CORTES MENORES
Os cortes nos repasses de recursos para investimentos na área social, anunciados pelo governo federal como mais uma adequação necessária ao ajuste fiscal, não podem ser feitos no mesmo percentual para todos os estados. A opinião é do senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), para quem "não se deve tratar igualmente os desiguais".Na avaliação do parlamentar, o corte igual para todos prejudicaria as unidades mais fracas da federação. Em entrevista em seu gabinete, o senador lembrou que não se pode comparar a arrecadação de seu estado com a de São Paulo ou a do Rio de Janeiro, por exemplo. Como têm arrecadações bem maiores, esses estados poderiam suportar melhor os cortes nos repasses.Mozarildo Cavalcanti criticou a posição do governo federal, que, para ele, se coloca acima do bem e do mal. De acordo com o senador, os prefeitos e os governadores são acusados de incompetência administrativa, mas a verdadeira causa do problema é o modelo centralizador de arrecadação e divisão dos impostos no Brasil.- Esse modelo obriga os prefeitos e governadores a estar permanentemente de pires na mão. Mas aqueles que têm o pires maior, ou costados políticos maiores, obtêm os maiores recursos. Com uma auditoria nos repasses do governo federal para os estados nós veríamos essa desigualdade de tratamento violentíssima.O senador manifestou preocupação com eventuais mudanças político-eleitorais que aumentem ainda mais o peso político dos estados mais fortes. Ele criticou o cientista político Hélio Jaguaribe, que, em recente entrevista, ao defender a reformulação do modelo político, lembrou a estatística que confere ao eleitor de Roraima a equivalência a 16 eleitores paulistas.- Gostaríamos de convidar paulistas como o senhor Hélio Jaguaribe a multiplicar seu voto por 16, indo morar em Roraima. Que ele venha colaborar com nosso desenvolvimento, dar um pouco de seu saber, de seu vigor, de seu trabalho para ajudar nossos irmãos que estão lá, pagando mais caro pelo custo de vida, pelo aluguel, submetidos a doenças endêmicas como a malária, a leishmaniose, a oncocercose. E, acima de tudo, sofrendo o isolamento enorme a que o país nos submeteu ao longo desse tempo: até o ano passado, Roraima estava ligada à Venezuela por uma rodovia, mas não estava ligada ao Brasil - disse o senador.
19/02/1999
Agência Senado
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