MOZARILDO CAVALCANTI QUER MAIS MÉDICOS EM MUNICÍPIOS CARENTES
O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) propôs nesta segunda-feira (dia 22) que profissionais de saúde recém-formados atuem durante um ano em municípios cujo número de médicos por habitantes esteja abaixo da média de um para cada mil pessoas, considerada aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O senador disse que a experiência funcionaria para os profissionais como uma espécie de "pós-graduação em Brasil".- Enquanto em toda região Norte existem apenas quatro cursos de medicina, somente no estado São Paulo há vinte. Esta distorção precisa ser combatida - afirmou Mozarildo, que considera um equívoco a proibição, por parte do ministério da Educação, de que sejam criadas novas faculdades de medicina no país. Ele quer que o governo federal estimule o surgimento de novas instituições, e defende a obrigatoriedade de um estágio remunerado de um ano em cidades com baixo número de médicos, dentistas e enfermeiros.O senador citou o exemplo de Cuba, onde em cada província existe uma faculdade de medicina, e acredita que a criação da "pós-graduação em Brasil" seria um modo de diminuir a carência de profissionais em municípios do interior, já que os médicos preferem se estabelecer em grandes centros urbanos.- Se a universidade é pública, esta obrigação é evidente. Porém, mesmo se a instituição for particular, muitas vezes existem incentivos ao seu funcionamento, e há uma dívida social a ser paga - argumentou.Mozarildo pediu aos ministros da Educação, Paulo Renato Souza, e da Saúde, José Serra, que analisem a idéia. Ele lembrou que o ministério da Educação já admite a possibilidade de tornar o serviço em áreas carentes parte do currículo dos profissionais de saúde. O senador apelou ainda ao Conselho Federal de Medicina para que apresente alternativas para levar mais médicos ao interior, já que convênios estabelecidos por estados e municípios com profissionais cubanos e colombianos têm sido criticados pelo órgão.
22/05/2000
Agência Senado
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