Mozarildo cobra do governo investimentos em saneamento básico



O governo federal deixou de investir R$ 600 milhões em saneamento básico, nos últimos três anos, conforme denúncia do senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), que associou a falta de investimentos no setor à morte de milhares de brasileiros, todos os anos por malária, hanseníase, tuberculose, leishmaniose e outras endemias.

- Um em cada cinco reais destinados a melhorar o saneamento ficou guardado na gaveta. Foi um investimento de papel, porque foi reservada a verba e feito o empenho, mas gastar mesmo, não se gastou - disse o senador.

Mozarildo lembrou que os investimentos em saneamento geram déficit nas contas públicas, afirmando que, -como o FMI não quer déficits, o governo obedece e fecha as torneiras-. Ele ressaltou que de nada adianta querer enfrentar as endemias, prevenir as epidemias e diminuir a mortalidade infantil, se não houver investimento.

- Até porque investimentos de papel não controlam focos de dengue, não garantem remédios para os pobres, não remuneram médicos, não abastecem hospitais - disse o senador.

Mozarildo chamou a atenção para a precária situação sanitária do país, que está na origem de muitas doenças. Em pleno século 21, disse o senador, quase metade da população do país não é servida por esgoto sanitário; mais de 60% dos dejetos recolhidos são despejados diretamente na natureza, e mais da metade das pequenas cidades não recebe água tratada.

- Não adianta o Brasil oferecer atrativos à especulação desenfreada, certo de que vai entrar para o primeiro mundo, se a sujeira continua a ser jogada debaixo do tapete, se os índices sociais permanecem invisíveis e se os doentes continuam a morrer por falta de atendimento mínimo - protestou o senador.




11/09/2002

Agência Senado


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