Mozarildo critica pequeno volume de investimentos destinados à Amazônia no PAC



O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) lamentou em plenário, nesta quinta-feira (8), que muito pouco do pacote de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tenha sido destinado à região Amazônica.

- Vejo começar o segundo governo Lula sem que nada mude - disse o senador.

Mozarildo afirmou que é preciso cobrar do governo federal ações voltadas para a região amazônica, que representa 60% do território brasileiro e onde vivem 25 milhões de pessoas.

As afirmações do senador foram feitas ao comentar sua reeleição para a presidência da Subcomissão Permanente da Amazônia, no âmbito da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Mozarildo Cavalcanti também elogiou, em seu pronunciamento, a Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) deste ano, que tem como tema "Amazônia - Vida e Missão neste Chão". A campanha objetiva, explicou o senador, despertar os brasileiros para os problemas enfrentados na conservação do patrimônio natural e para as ameaças à sua integridade territorial e populacional. A Igreja Católica desejaria aumentar exponencialmente a sua presença na região, estreitando sua missão evangelizadora no seio do povo amazônico e preenchendo uma lacuna deixada pelo próprio Estado, "ausente em suas instituições e frouxo na proteção de suas fronteiras".

- Aqui, cabe uma crítica à própria Igreja Católica, já que, desde o descobrimento, onde existia a bota do colonizador, havia a marca da sandália do evangelizador, que estava ali ao lado, colaborando com a exploração predatória. É importante que, agora, a Igreja alerte para o fato de que a Amazônia deve permanecer brasileira - disse ele.

O senador adiantou que a subcomissão que preside irá se debruçar sobre o tema da biopirataria e manifestou sua intenção de "envolver a inteligência da Amazônia na discussão da Amazônia", o que considera fundamental. Ele cumprimentou o Jornal do Brasil por uma série de reportagens sobre os problemas da região, publicada recentemente.

Em aparte, o senador Gerson Camata (PMDB-ES) concordou que algumas regiões foram melhor contempladas pelo PAC que outras. Ele disse que o Espírito Santo, por exemplo, parece ser "o filho bastardo", já que a duplicação de importantes rodovias do estado foram deixadas de lado. No entanto, ele ponderou que, "apesar de não ser uma Brastemp", o PAC merece o apoio de todos.

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) frisou que a Amazônia precisa ser tratada como "um patrimônio da maior importância".



08/02/2007

Agência Senado


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