Mozarildo defende direito de soberania do Brasil sobre a Amazônia
O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) voltou a manifestar nesta sexta-feira (19) sua preocupação com a tese de internacionalização da Amazônia, que, observou, foi suscitada não poucas vezes em fóruns de discussão internacional ou na voz de próceres importantes e governos estrangeiros.
- Tenho sido, ao longo de meu mandato, um intransigente defensor de nossa Amazônia. E sempre que houver qualquer rumor sobre nosso direito de soberania sobre ela levantarei minha voz para combater com firmeza tal veleidade - disse.
Mozarildo acrescentou que, na exata medida em que o Brasil adquire contornos de nação desenvolvida no cenário mundial, toda e qualquer vantagem comparativa que tem em relação aos demais países começa a ser contestada e boicotada, como acontece com a exportação de produtos agrícolas e a indústria aeroespacial.
- Daí para que as nações incomodadas com nosso desempenho, crescentemente mais importante com o passar do tempo, comecem a querer nos interpor dificuldades é um passo. E esse processo se revela particularmente crítico quando se trata de discutir as questões relativas à Amazônia - observou.
Mozarildo disse ainda que, se a Amazônia se tornar um centro nevrálgico de interesse internacional ou nacional de uma potência estrangeira, pressões serão feitas sobre o Brasil para que o país abdique, pelo menos parcialmente, de sua soberania.
Para o senador, o argumento de que é preciso internacionalizar a Amazônia, tendo em vista o interesse maior da humanidade, -é falacioso e atinge em cheio a nacionalidade brasileira, a soberania de um Estado autônomo e senhor de seu território e de sua identidade-.
Segundo Mozarildo, por trás dessa postura falsamente altruísta esconde-se a cobiça dos que não querem correr o risco de ser alijados dos lucros da exploração das riquezas amazônicas e não desejam que o Brasil enriqueça e seja -mais um concorrente no restrito clube das nações super-ricas-.
O Brasil, na avaliação do senador, tem todos os atributos para tornar-se uma das nações mais ricas do mundo, desde que sejam corrigidos os desequilíbrios internos e adotado um verdadeiro projeto de desenvolvimento socioeconômico. Mozarildo registrou a posição da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), expressa pelo arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, de que a Amazônia não é patrimônio da humanidade, mas patrimônio do Brasil, a serviço da humanidade.
19/09/2003
Agência Senado
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