MOZARILDO DIZ QUE BRASIL NÃO PODE ACEITAR SOBERANIA RELATIVA SOBRE A AMAZÔNIA



Ao constatar que a cada dia que passa aumenta a cobiça internacional pela Amazônia, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) disse que o país não pode aceitar uma soberania relativa sobre a área, nem permitir que os países mais ricos do mundo se apossem das riquezas brasileiras. Ele acrescentou que o Brasil não pode continuar assistindo impassível à exploração dos seus minérios, madeira, flora e fauna por empresas estrangeiras.
- É uma vergonha que se continue oferecendo abatimentos de nossa dívida externa em troca de cessão de nossa soberania na área. Não é possível acreditar que o interesse seja apenas na preservação do chamado "pulmão do mundo", quando o que se vê é a exploração de nossas riquezas, especialmente de nossa flora, que há anos alimenta laboratórios internacionais, sem que o Brasil receba sequer um centavo por essa exploração clandestina - protestou Mozarildo Cavalcanti.
Segundo o senador por Roraima, há anos governantes de diversos países desenvolvidos vêm pregando uma soberania limitada do Brasil sobre a Amazônia. Na sua opinião, esta solução só traria desserviço ao país, atingindo populações locais e interferindo nas riquezas da região. Mozarildo defendeu o estabelecimento de uma agenda positiva de ações, contendo uma proposta de desenvolvimento e ocupação da região, sem que para isso seja preciso abrir mão da soberania brasileira.
Mozarildo registrou que os Estados Unidos estão propondo o abatimento de US$ 650 milhões da dívida externa brasileira por investimentos no meio ambiente, que seriam destinados ao Programa de Proteção das Florestas Tropicais (PPG-7). O problema, observou, é que os EUA não admitem a autonomia brasileira na administração do dinheiro, o que, segundo o senador, é um "afrontoso acinte a nossa soberania".
Ainda defendendo a autonomia brasileira sobre a Amazônia, Mozarildo lembrou que na década de 80 publicações, como Amazônia Saqueada, de Edmar Morel, já advertiam o poder público sobre a cobiça internacional em relação à região. Ele disse, ainda, que desde o século XVII, quando o norte do país não era ocupado pelos brasileiros, espoliadores internacionais já tinham interesse na área, sobretudo em suas riquezas.

17/01/2000

Agência Senado


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