Mozarildo defende postura mais agressiva no comércio externo
O senador Mozarildo Cavalcante (PFL-RR) defendeu nesta segunda-feira (1º) a adoção, pelo Brasil, de uma postura mais agressiva no comércio internacional, incluindo apelos mais freqüentes à Organização Mundial do Comércio (OMC) na defesa de seus direitos.
- O recrudescimento de práticas protecionistas, impostas pelos países ricos em suas relações comerciais com nações periféricas, tem demonstrado que a irresistível e glamourosa globalização econômica tem sido usada como via de mão única - afirmou o senador, acrescentando que a globalização tem servido para empobrecer ainda mais os países pobres. Mozarildo citou reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, no dia 10 de março, intitulada "Protecionismo disfarçado cresce aos poucos", sobre as dificuldades que o Brasil vem enfrentando no setor de exportações. As barreiras protecionistas, segundo a reportagem, afetam as vendas dos produtos mais competitivos no mercado externo, como aço, calçados, têxteis, carne e produtos agrícolas. Levantamento da Secretaria de Comércio Exterior, divulgado na reportagem, dá conta de que 60% dos produtos exportados pelo Brasil são afetados de alguma maneira por medidas restritivas do mercado norte-americano. Mozarildo alertou para a gravidade das medidas protecionistas lembrando que os Estados Unidos e a União Européia respondem por quase 50% das exportações brasileiras. Devido a barreiras como subsídios à soja, somente no ano passado o Brasil perdeu US$ 1 bilhão. A perda na pauta de exportações de produtos agrícolas em geral chegou a US$ 5 bilhões, disse o senador, citando dados da Confederação Nacional da Agricultura. O senador ressaltou que, diante dessa conjuntura, a participação do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) não pode ocorrer sem a adoção de alguns cuidados e de salvaguardas.- Primeiramente, precisamos atentar para a enorme disparidade entre o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos e o nosso. Além disso, precisamos ter garantias de que não faremos o papel de meros importadores, agravando o desequilíbrio da balança comercial - observou.
01/04/2002
Agência Senado
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