SUASSUNA COBRA MAIS AGRESSIVIDADE DA DIPLOMACIA NO COMÉRCIO EXTERNO



O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) cobrou nesta terça-feira (dia 1º) mais agressividade da diplomacia brasileira na área de comércio exterior. Segundo o senador, o Brasil exporta pouco e não sabe aproveitar as oportunidades devido ao despreparo da diplomacia para a competição no comércio internacional. "Comemos mosca quando foram fixadas as cotas para exportação de frango. Somos pouco agressivos e precisamos de mais velocidade", afirmou o senador.
Suassuna acredita que o Senado pode ajudar muito e citou a criação de um grupo parlamentar de apoio ao comércio exterior e a realização de reuniões com diversos embaixadores na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
O senador destacou a visita de uma missão diplomática e parlamentar de Taiwan ao Congresso Nacional, informando que aquele país dispõe de US$ 120 bilhões para aplicar em outros países. "Já aplicaram US$ 60 bilhões na China, que quer incorporá-los ao seu território", disse. O Brasil, continuou Suassuna, não mantém relações diplomáticas com Taiwan, mas mantém relações comerciais; a China aceita o passaporte de cidadãos de Taiwan e o Brasil, "que é mais realista que o rei", não aceita.
O Brasil, disse Suassuna, segue orientação política dos Estados Unidos e países europeus e deixa de manter relações com outros mercados, enquanto esses mesmos países passaram a manter relações comerciais com a Líbia, por exemplo. "A Líbia quer comprar eletrodomésticos, carne e frutas, quer construir aquadutos e nós estamos pensando. Estados Unidos e Europa já vendem bilhões para a Líbia. Deveríamos ter abertura para todos os mercados. Poderíamos aumentar em 20% ou 30% as nossas exportações anuais", assinalou.
Em aparte, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) lembrou que Taiwan é um gigante econômico e uma dos grandes investidores mundiais. Para ele, o Brasil não intensifica o comércio com Taiwan por medo da China. "O Brasil deveria afirmar sua soberania, independente da opinião da China", afirmou. O senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) disse que o aumento das exportações brasileiras é essencial para a geração de empregos. "O governo precisa investir mais nessa área", alertou. Ele também elogiou o dinamismo que Suassuna na presidência da CAE.

01/02/2000

Agência Senado


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