Mozarildo diz que interesses econômicos estão por trás da defesa do meio ambiente



O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) afirmou, nesta sexta-feira (22), em Plenário, que há uma campanha internacional inteligentemente preparada para frear o desenvolvimento do Brasil. A campanha, observou, usa como argumento a defesa do meio ambiente, da ecologia e das populações indígenas, mas sustenta interesses econômicos de grandes potências mundiais.

- Temos que ter a clareza de fazer o diagnóstico e nos insurgir contra essas medidas - afirmou o senador de Roraima.

Mozarildo acha que o objetivo é impedir o desenvolvimento da pecuária e da plantação de soja no Brasil, uma vez que o crescimento da produção atingiria os produtores europeus, no primeiro caso, e norte-americanos e canadenses no segundo. Mozarildo lembrou que o boi criado no Brasil come capim e não ração, como acontece na Europa. Esses animais alimentados com ração feita de carne foram o foco de surgimento do mal da vaca louca. "Os bovinos brasileiros são saudáveis", destacou o senador.

O parlamentar disse que vivemos tempos de "ambientalismo talibânico fundamentalista" e que até o dinheiro brasileiro tem imagem de animais. Para Mozarildo, a julgar por nossas notas, somos um país sem gente, sem vultos históricos, onde os animais é que devem ser reverenciados.

Ele observou que quem se posiciona de maneira diferente é acusado de ser contra o meio ambiente, de ser devastador das florestas. Mas que, na verdade, é contra Organizações não Governamentais (ONGs) "picaretas" que estão aqui "sob o falso manto da defesa da ecologia quando na verdade querem defender interesses internacionais contra o desenvolvimento no Brasil". Mozarildo lembrou que muitos abraçam a causa por idealismo sadio e visão equivocada ou servem de inocentes úteis. Mas há os que intencionalmente estão defendendo interesses contrários aos nacionais.

Sobre a situação da Reserva Roosevelt, em Rondônia - onde quase 30 garimpeiros foram mortos em disputa com os índios Cinta-Larga pela exploração de diamantes -, o senador sugeriu que o governo edite uma medida provisória (MP) organizando a exploração mineral em reservas indígenas. O senador desmentiu ainda reportagem publicada pela BBC de Londres citando dados da ONG World Wildlife Fund(WWF) informando que o Brasil gasta mais recursos naturais do que possui.

Os senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Augusto Botelho (PDT-RR) apoiaram o discurso de Mozarildo. Tuma disse que organizações que divulgam mentiras deveriam ser processadas e Augusto Botelho afirmou que as ONGs querem que o "Brasil não cresça" e que toda área indígena é localizada em cima de reservas minerais. Botelho disse ainda que as grandes potências querem "roubar nossa tecnologia de enriquecimento de urânio" ao forçarem vistorias em unidades militares em Resende (RJ).



22/10/2004

Agência Senado


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