Mozarildo diz que vota em prorrogação da CPMF por um ano desde que haja ampla reforma tributária



O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que tem afirmado que vai votarcontra a prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), admitiu nesta sexta-feira (9), em entrevista à imprensa, que pode votar pela aprovação do imposto caso a prorrogação da contribuição seja feita por mais um ano apenas e desde que, simultaneamente, ocorra uma reforma tributária ampla.

- Seria um paliativo dado ao governo por mais um ano e, ao mesmo tempo, obrigaríamos que se fizesse um trabalho de cura, que é a reforma tributária - afirmou Mozarildo.

Na opinião do parlamentar pelo PTB, que também é médico,nesses 11 anos em que a CPMF está sendo cobrada - um imposto criado com o objetivo de destinar recursos para a área de saúde - a situação desse setor piorou.

- Nós não podemos aprovar a prorrogação de um imposto cujos recursos não são aplicados pelo governo na área da saúde, como originalmente destinados. Nem sequer é um imposto. É uma contribuição que fica inteiramente com o governo, que não a reparte com os estados - afirmou Mozarildo.

Saída da CCJ

A respeito dos comentários publicados pela imprensa de que a líder do bloco de apoio ao governo, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), estaria disposta a substituí-lo, na CCJ,por um outro parlamentar favorável à prorrogação da CPMF, Mozarildo disse esperar que isso não aconteça. O senador explicou à imprensa que até agora só tem motivos técnicos e de consciência para votar contra a manutenção da contribuição, mas, que se a líder tomasse essa atitude,passaria a ter também um motivo político para ser contrário ao chamado imposto do cheque.

- Se a CPMF for realmente um imposto bom e necessário para o país, basta que o governo esclareça e mostre seus argumentos, e não que aja dessa forma. Essa seria uma truculência política que se aproximaria muito do regime ditatorial - declarou o senador por Roraima.

Mozarildo disse ainda que não recebeu qualquer telefonema de Ideli ou de outro representante do governo sobre o assunto, mas, na segunda-feira (12), vai tomar a iniciativa de procurar a líder do bloco de apoio ao governo, bem como o líder de seu partido, senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), para esclarecer o assunto.

- Até agora só tenho ouvido rumores, sem qualquer tipo de pressão - afirmou.

Mediação

Também em entrevista sobre o mesmo assunto, o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), afirmou que pretende conversar com Ideli Salvatti no sentido de "mediar e ajudar nessa negociação", com o objetivo de evitar possíveis crises que poderiam ocorrer com a substituição de Mozarildo na CCJ. O senador lembrou, no entanto, que a prerrogativa de indicar ou destituir parlamentares de comissões é das respectivas lideranças e que não cabe a ele, líder de outro partido , interferir nesse processo.



09/11/2007

Agência Senado


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