Mozarildo homenageia médicos e defende interiorização da saúde



Ao registrar a passagem do Dia do Médico, comemorado nesta quinta-feira (18), o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) rendeu homenagem aos colegas de profissão mas não deixou de expressar, em Plenário, sua "inquietude" com a precariedade do atendimento médico em áreas distantes do Brasil. Embora reúnam mais de 50% dos estados brasileiros e abriguem um terço da população, as regiões Norte e Nordeste só contam, segundo Mozarildo, com 17% da força de trabalho dos profissionais de saúde do país.

Das 92 escolas médicas em funcionamento no Brasil, 50 localizam-se na região Sudeste, 19 no Sul, 14 no Nordeste, 5 no Centro-Oeste e 4 no Norte. Apesar de as universidades brasileiras formarem mais de sete mil médicos por ano, a carência desses profissionais na região Norte, por exemplo, é tamanha que, segundo Mozarildo, tem motivado a imigração de médicos de países vizinhos, como Cuba, Peru e Colômbia.

"Verifica-se que as escolas médicas estão concentradas nos grandes centros urbanos das regiões Sul e Sudeste", acrescentou O distanciamento desses profissionais dos municípios mais desprovidos também é creditado, por Mozarildo, ao interesse cada vez maior pela especialização, impulsionado pelos avanços tecnológicos na área de saúde. O senador pefelista lamentou que essa tendência estimule a medicina curativa em detrimento da preventiva.

INTERIORIZAÇÃO

Mozarildo destacou o esforço do governo federal em reorganizar a atenção básica à saúde no país, a partir da criação do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde. Concebido para atender às populações de municípios com precários serviços médico- sanitários, o programa tinha o objetivo de lotar, em sua primeira fase, pelo menos um médico e um enfermeiro em 300 municípios. O governo não conseguiu alcançar a meta, entretanto, em cerca de 15% deles.

"Mesmo com os percalços registrados, trata-se de iniciativa que deve ser mantida e incentivada", defendeu. Na condição de médico atuante e de professor da Universidade Federal de Roraima, Mozarildo reconheceu a "folha extraordinária" de serviços prestados pela classe médica, mas cobrou maiores esforços para que se possa avançar na universalização do atendimento médico no país.

18/10/2001

Agência Senado


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