Mozarildo propõe campanha nacional em defesa da Amazônia
Em discurso sobre as ameaças à soberania da Amazônia, o senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) propôs, nesta sexta-feira (19), que as forças mais ativas da nação, juntamente com o governo, liderem uma campanha nacional de defesa da região. A questão amazônica, segundo o senador, deveria ser levada às praças públicas, aos colégios, às universidades, às igrejas, aos locais de trabalho, aos eventos importantes e aos auditórios mais diferenciados. Só assim, disse, com democracia, transparência, pregação e ensinamento, será possível envolver a Amazônia em uma grande mobilização social.
- É o despertar da consciência nacional e regional sobre a importância da Amazônia para o Brasil que determinará sua plena integração, o seu pleno desenvolvimento e a sua defesa eficaz contra qualquer tentativa de invasão externa (...) Sem apoio popular, todas as campanhas que forem feitas contra a internacionalização da Amazônia, por mais honestas e bem intencionadas que possam ser, tenderão a cair no vazio, no elitismo e na retórica dos discursos que até hoje não levaram a canto nenhum - disse.
Mozarildo afirmou que, para as autoridades governamentais, boa parte dos militares, amplos setores da inteligência nacional e diversos especialistas em estudos estratégicos, as possibilidades de uma refrega envolvendo o país estão hoje mais presentes na Amazônia. Segundo o senador, "é nessa vasta fronteira frágil e despovoada, subdesenvolvida, vigiada de maneira deficiente e de difícil acesso, onde mora o grande perigo para nós, brasileiros".
- É lá onde os foras-da-lei agem impunemente, os narcotraficantes atravessam facilmente os limites territoriais ignorando totalmente a existência de fronteiras, as disputas por terras e riquezas minerais são resolvidas a bala, o contrabando não pára de crescer, a atuação das chamadas organizações não-governamentais não é devidamente controlada, o desmatamento florestal assume proporções preocupantes, a presença de soldados estrangeiros é motivo de grande inquietação e a existência de combates freqüentes em território colombiano, próximos a nossa fronteira, coloca nossa frágil defesa em constante estado de alerta. Finalmente, é lá onde pelotões pertencentes às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), com alguma freqüência, pisam o nosso território em busca de esconderijo - observou.
O senador disse que as fronteiras amazônicas do Brasil já estão cercadas por um cinturão militar externo formado por mais de 20 bases militares norte-americanas de alta tecnologia. E acrescentou que importantes opiniões civis e militares no Brasil destacam que a presença e atuação de tropas americanas na floresta colombiana é ameaçadora e coloca em sério risco a soberania da Amazônia como um todo.
- As novas preocupações que envolvem a Amazônia neste início de século dizem respeito a todo o território e abrem uma longa discussão sobre o novo posicionamento de nossas Forças Armadas na região, sobre os rumos da geopolítica do Brasil nestes primeiros anos do século 21 e sobre a integração definitiva dessa imensa área de terras brasileiras que motiva mais do que nunca o apetite insaciável dos grandes centros de decisão do mundo, entre eles, logicamente, os Estados Unidos - afirmou.
Em apartes, os senadores Romeu Tuma (PFL-SP), na presidência da sessão, e Mão Santa (PMDB-PI) apoiaram o discurso de Mozarildo. No início de seu pronunciamento, o senador registrou também a comemoração do Dia da Bandeira e foi aparteado por Tuma, que lembrou que a bandeira é um dos mais importantes símbolos da nacionalidade.
19/11/2004
Agência Senado
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