Mozarildo protesta contra matéria de jornal que o trata como inimigo de ONGs



O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) protestou contra o tratamento que parte da imprensa vem dispensando à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) encarregada de investigar a atuação das organizações não-governamentais (ONGs). Ele referiu-se especialmente a matéria publicada no jornal O Globo , no dia 30 de setembro, intitulada "Persistência de inimigo de ONGs mantém CPI". Mozarildo é descrito como "histórico opositor das ONGs que, em Roraima, defendem a preservação e ampliação das áreas indígenas de ianomâmis e outras etnias".

Dizendo-se surpreso com o tratamento que a CPI tem recebido, o senador lembrou que a CPI, presidida por ele, tem como objetivo investigar denúncias de irregularidades cometidas por ONGs. Ele destacou que, mesmo tendo sido instalada em um momento difícil para o Senado (que culminou com as renúncias de vários senadores), a CPI vem realizando o seu trabalho e já ouviu depoentes sobre três ONGs.

- Uma destas organizações não-governamentais, a Associação Amazônia, também foi investigada por uma CPI da Assembléia Legislativa de Roraima. A conclusão do trabalho foi que a ONG, de forma fraudulenta, nebulosa e não usual, adquiriu 174 mil hectares de terra no sul de Roraima. O relatório elaborado pelos deputados é uma das peças que estamos analisando - afirmou.

Mozarildo Cavalcanti acrescentou que a CPI também ouviu representantes da organização Cooperíndio (Cooperativa de Produção dos Índios do Rio Negro), cujo vice-presidente, Adir Nagel Júnior, foi preso em Manaus, pela Polícia Federal, transportando sete toneladas de ametista e 300 quilos de tantalita. Os minérios teriam sido retirados ilegalmente das terras dos índios tucanos e baniuas.

Em aparte, o senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), também membro da CPI, ratificou que a comissão não foi instalada para perseguir ou exaltar ONGs, mas para examinar a natureza de suas operações no Brasil e verificar quais efetivamente trabalham com seriedade e as que desenvolvem suas ações em interesse próprio.

O senador Jonas Pinheiro (PFL-MT) citou um exemplo do que considera atuação nefasta de ONGs, lembrando episódio ocorrido na época em que a comissão mista da medida provisória que altera o Código Florestal estava votando o seu relatório: organizações não-governamentais trouxeram para a frente do Congresso um bolo com as cores da bandeira do Brasil. "Eles retalharam o bolo com uma motosserra, dizendo que os parlamentares estavam cortando o Brasil, que iriam retirar 80% da mata Amazônica, o que não era verdade", comentou.

22/10/2001

Agência Senado


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